Brasil: Governo reforça sua comunicação.
Os ativos de risco estão mantendo o tom mais positivo verificado ao longo da segunda-feira. Contudo, não estou observando nenhuma tendência definida nos mercados financeiros globais nas últimas semanas. Os ativos de risco aparenta estar em um processo de acomodação, a espera do BoJ e do Fed antes de que uma nova (ou o retorno da antiga) tendência predomine.
Reafirmo meus comentários de ontem. Não vi nenhum vetor específico que justifique o movimento mais positivo dos últimos dias, mas podemos inferir que a posição técnica do mercado deve ter melhorado, os investidores parecem mais confortáveis com as possíveis decisões a serem tomadas pelo BoJ e pelo Fed essa semana, e a esperança de uma ajuda fiscal, a uma política monetária global cada vez menos potente, cresce a cada dia.
Minha visão não é totalmente construtiva para o cenário econômico global, especialmente diante de uma economia americana que cresce pouco, mas com o hiato do produto praticamente fechado, o que começa a gerar inflação gradual no país. De qualquer maneira, o cenário central de baixo crescimento global, com flutuações em torno da tendência, mas sem riscos aparentes de recessão, com os bancos centrais ao no mundo desenvolvido, de uma forma ou de outra, ainda bastante expansionistas, continua a ser um cenário visto como positivo pelos ativos de risco ao redor do mundo.
Eu continuo favorecendo ativos cujos fundamentos são positivos (ou em vias de melhora), com valuations atrativos e yields que justifiquem investimentos de longo-prazo. Neste contexto, ainda vejo os ativos do Brasil como grandes oportunidades, especialmente no mercado local de juros. Contudo, ainda acho válida a busca por hedges externo, devido a um cenário que ainda se mostra frágil e confuso.
No Brasil, a segunda-feira foi marcada por uma enxurrada de declarações de autoridades do país, todas em torno da necessidade do ajuste fiscal e da aprovação da PEC do Teto de Gastos, sem que sua essência seja alterada. Vejo está postura como uma tentativa de melhor comunicar a sociedade a importância da medida, a fim de dar tranquilidade ao Congresso para que a medida seja aprovada. Vejo como positiva essa nova postura de comunicação do governo, e tenho grandes esperanças de que a PEC seja aprovada sem alterações essenciais. Se isso for verdade, será a primeira reforma constitucional/estrutural que o país aprova em vários anos, abrindo um caminho importante para a recuperação das contas públicas.
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