Not all clear, but much better mood!

A quinta-feira foi marcada por uma recuperação dos ativos de risco ao redor do mundo. Os ativos locais seguiram a tendência externa.

O destaque do dia ficou por conta de uma sequência de dados de crescimento mais fracos nos EUA (Retail Sales, Industrial Production, o qualitativo do Empire Manufacturing e do Philadeplhia Fed), a despeito de um Jobless Claims ainda saudável e um PPI que não altera o cenário de inflação contida.

Os números de hoje em nada alteram o cenário para a política monetária norte americana. O mercado continua embutindo probabilidade extremamente baixa para uma eventual alta de juros na semana que vem, e cerca de 50% de probabilidade para uma alta de 25bps até o final do ano.

No curto-prazo, contudo, a posição técnica, e a decisão do BoJ, no Japão, estão sendo vetores mais importantes para dinâmica dos ativos de risco. A estabilização das Treasuries foi fundamental para a recuperação do humor global a risco.

 Em relação a posição técnica, os últimos dias parecem ter ajudado na melhora do quadro técnico, especialmente nos ativos locais. Vimos muita redução de posições (ou até zeragem) de players locais e globais. No tocante ao BoJ, confesso que o cenário ainda me parece confuso e nebuloso. Assim, não podemos descartar uma volatilidade ainda elevada no curto-prazo, até a que a decisão seja concretizada e totalmente entendida pelo mercado.

Como comentei pela manhã, mais do que o nível de taxa de juros nos países desenvolvidos, a velocidade do ajuste (ou o delta de abertura de taxas) será mais importante para a performance dos ativos de risco. Uma abertura de taxas gradual e ordenada pode ser bem recebida pelos ativos de risco. Uma abertura rápida e acentuada, com forte steepening da curva, terá que ser digerida de forma menos trivial pelo mercado, causando momentos de pânico e falta de liquidez.

Ainda me parece cedo para comemorar o “all clear”, mas sem dúvida vejo a posição técnica mais balanceada, especialmente no Brasil. Além disso, após o que já foi ventilado na mídia em relação ao BoJ, o mercado parece cada vez mais confortável com as medidas que venham a ser tomadas.


No Brasil, achei bastante positivo os comentários de alguns políticos do denominado “Centrão” da Câmara, reverberando apoio a PEC do Teto dos Gastos. Além disso, o relator da comissão especial colocou um cronograma extremamente “apertado” para a aprovação do projeto, o que demonstra firmeza do governo no encaminhamento da questão. Além disso, o governo está claramente fazendo um corpo-a-corpo junto a mídia em um esforço para explicar a classe política e a população sobre os efeitos positivos do ajuste fiscal.

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