Leve estabilização. Fragilidade ainda aparente.
Na ausência de
novidades relevantes durante a noite, os ativos de risco estão apresentando uma
leve recuperação. O movimento, contudo, ainda é tímido e mostra certa
fragilidade de algumas classes de ativos, como os mercados emergentes, por
exemplo.
Os
dados de crédito de agosto, na China, ficaram acima das expectativas do
mercado, confirmando que a recuperação, ou melhor, a estabilização do
crescimento do país está sendo feito, novamente, as custas de novas injeções de
crédito na economia. Este tema é recorrente neste fórum. O modelo econômico
chinês parece esgotado. O multiplicador de crédito é cada vez menos potente. A
economia não deveria suportar mais uma expansão de crédito como no passado.
No
Brasil, o governo apresentou o modelo de concessões, mas poucos detalhes foram
de fato apresentados. As intenções são boas, o governo parece entender a
demanda dos investidores, mas precisamos de detalhes adicionais antes de
acreditar no sucesso do programa.
O
BCB reduziu a oferta de swaps cambiais reverso para o leilão de hoje, de
US$500mm para US$250mm. Com o estoque atual na ordem de US$30bi, não vejo
motivos para o BCB manter este programa de recompra no meio de um período de
elevada volatilidade dos ativos de risco globais. Por outro lado, neste
momento, a redução da colocação dos swaps deveria ajudar apenas marginalmente o
BRL e o mercado de juros. Dificilmente mudará a tendência de curto-prazo de
ambos os ativos.
O
Globo de hoje afirma que alguns estados do norte e nordeste estariam estudando
decretar estado de calamidade, como já fez o Rio de Janeiro este ano. A
situação fiscal dos entes federativos é bastante crítica, e um news flow como
este, em meio a um período de maior volatilidade externa, não deveria ajudar o
desempenho dos ativos locais.
Finalizo
este post com a reprodução dos comentários do analista de moedas do Morgan
Stanley, que tem apresentado um bom índice de acerto este ano e cuja visão de
curto-prazo eu compartilho:
Risk remains off: With the BoJ increasingly expected
to launch further measures to steepen its yield curve and the discussion
concerning the effectiveness of monetary policy as conducted over the past few
years gaining momentum, the liquidation of the 'buy everything' trade has
further legs to run, in our view. Yield curve steepening and the bearish spillover
effects into equity and commodity markets suggest that markets are most
vulnerable where positions are most extreme or where risk sensitivity plays a
significant role in the performance of the asset. Markets are long JPY, EM FX
and AXJ fixed income and equities. Globally,
markets have traded equity markets higher using the relative valuation
argument. When bond yields are low or, at an extreme, move into negative
territory, then the so called ‘Fed equity valuation model’ allowed equity P/E
to reach very ambitious levels. The simplistic Fed model suggests the reverse
of the corporate bond yield to equal the equity P/E. It has been the low yield
for sovereign and private debt driving equity markets higher, especially within
the liquidity-supported post-Brexit environment. It is the bond bear steepening
sending liquidation waves into other market segments, supporting EUR, CHF and
USD.
The FX group to
sell: The
transition from a monetary to combined monetary and fiscal policy approach is
interesting. Moving away from monetary policy having allowed yield curves to
flatten and pushed at peak times US$13 trillion of global bonds into negative
yield territory towards an approach combining fiscal and monetary policies does
not come without friction, but if professionally designed it could turn things
around for the better. However, for now we are in transition, faced with higher
back-end bond yields leading to the liquidation of the 'buy everything' trade.
We believe that there are three FX groups vulnerable. First, currencies
representing countries holding large liabilities such as AUD and NZD. Second,
double deficit countries such as GBP, COP and ZAR. Third, currencies lately benefiting
from significant inflows such as KRW and BRL
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