DB em foco.

No meio do dia de hoje os mercados financeiros globais foram informados, por uma matéria da Bloomberg que alguns hedge funds estariam retirando colateral do DB. Segundo o artigo:

Some Deutsche Bank Clients Said to Reduce Collateral on Trades
By William Canny
     (Bloomberg) -- A number of funds that clear derivatives trades with Deutsche Bank AG have withdrawn some excess cash and positions held at the lender, a sign of counterparties’ mounting concerns about doing business with Europe’s largest investment bank.
     While the vast majority of Deutsche Bank’s more than 200 derivatives-clearing clients have made no changes, some funds that use the bank’s prime brokerage service have moved part of their listed derivatives holdings to other firms this week, according to an internal bank document seen by Bloomberg News.

Eu tenho alertado para o risco de ruídos de curto-prazo em relação a potencias desenvolvimentos negativos provenientes da Europa. Escrevi na segunda-feira que o banco (DB) vem sendo foco de especulações há vários meses, com suas ações e títulos de dívida sofrendo de maneira acentuada neste processo. Não parece haver uma solução simples, fácil ou, até mesmo factível, no curto-prazo, para dirimir totalmente os problemas de liquidez, solvência e capital requerido pelas novas regras globais. O banco é sim um “risco de cauda” e um “risco sistêmico” para os mercados financeiros globais caso não consiga administrar seus problemas de maneira suave e transparente.

Infelizmente, meu conhecimento em relação a situação da instituição é baixo, mas acho válido fazermos algumas reflexões. Acredito que o DB se encaixa no rol de instituições “Too Big To Fail”. Na minha visão, os policy makers não deixarão o banco, de fato, “quebrar”. Contudo, tenho dúvidas de quanto a instituição e os mercados financeiros globais precisarão sofrer antes que uma atuação mais assertiva seja tomada pelas autoridades. O timing dos políticos geralmente é diferente do timing dos mercados. Suas ações dependem de uma série de questões (regulamentação, moral hazard e etc). De qualquer maneira, acredito que Lehman tenha sido um exemplo que ninguém queira repetir. Tenho dúvidas, contudo, na velocidade que este processo poderá ser definido.

Vale lembrar que o sistema financeiro da Itália continua fragilizado, sem uma solução definitiva, o que pode acabar adicionando ruído e volatilidade aos ativos de risco.


Continuo otimista com os avanços realizados no Brasil. Acredito que posição técnica dos mercados locais tenha piorado consideravelmente nos últimos dias. O curto-prazo promete trazer alguma incerteza e volatilidade. Estou com um portfólio mais conservador, e olharei pioras nos ativos locais como oportunidade de voltar a ter alocações mais agressivas.

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