Eleições, Petróleo e DB.
Os mercados financeiros
globais tiveram uma segunda-feira para digerir alguns eventos pontuais que, por
ora, estão mantendo-se localizados. Alguns deles tem algum potencial de
contágio para o resto do mundo. Até o presente momento, contudo, me anima o fato
do mercado estar conseguindo diferenciar eventos locais.
EUA – Hoje teremos o primeiro debate
para as eleições presidências no país. O mercado vinha apresentando uma certa
leniência com o evento. Dado o quão apertado está a corrida presidencial, me
parece natural termos algum ruído em torno do tema. Pesquisas recentes
continuam mostrando uma tendência de melhora para Trump, com uma pequena
liderança para Hillary.
Petróleo - Nos últimos dias, cresceu o ruído em torno de um potencial
acordo para congelamento de produção da OPEP, o que tem ajudado a dar suporte a
commodity. Vale a pena mencionar que a situação econômica dos países do Oriente
Médio, dependentes de petróleo, como a Arábia Saudita, começa a se mostra cada
vez mais desafiadora. Alguns países estão sendo obrigado a promover cortes de
orçamento e, até mesmo, anunciar medidas de suporte ao setor bancário. É a
primeira vez, desde que eu me entendo por gente, que uma situação como essas
acontece em países, até pouco tempo atrás, vistos como "países riscos”.
Talvez os últimos eventos sejam um sinal de que o balanço ideal de preço tenha
que ser mais alto do que o verificado nos últimos meses. Como não sou um
entendedor profundo sobre o tema, só mês resta observar as ações da OPEP.
DB – o banco vem sendo foco de
especulações há vários meses, com suas ações e títulos de dívida sofrendo de
maneira acentuada neste processo. Não parece haver uma solução simples, fácil
ou, até mesmo factível, no curto-prazo, para dirimir totalmente os problemas de
liquidez, solvência e capital requerido pelas novas regras globais. O banco é
sim um “risco de cauda” e um “risco sistêmico” para os mercados financeiros
globais caso não consiga administrar seus problemas de maneira suave e
transparente.
Brasil – A conta corrente de agosto
apresentou déficit levemente inferior as expectativas, com FDI ainda robusto.
Me impressiona a saída elevada de fluxos na conta financeira, através de
títulos de renda fixa e ações. A alocações dos estrangeiros em renda fixa, em
percentual da dívida, e em financeiro, é a menor desde 2013! Ao contrário de
alguns players, eu acredito que haja espaço para um retorno de (pelo menos)
parte desses recursos. Primeiro por alocações direcionais, após vários anos de
alocações UW em Brasil. Segundo, por uma rotação de países cujos fundamentos
possam estar em vias de deterioração (como México e Turquia, por exemplo), para
países com fundamentos em vias de recuperação, como o Brasil.
Amanhã teremos a
divulgação do Relatório de Inflação pelo BCB logo cedo. Os números apresentados
pode selar (ou afastar totalmente) a possibilidade de um corte de juros na
reunião de outubro do Copom.
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