Posições e Alocações.
Estive fora em uma
conferência, com acesso limitado ao e-mail. Meus comentários e visões dos
últimos dias, contudo, podem ser encontrados aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/.
Farei um breve
comentário a respeito dos mercados hoje, e tentarei elaborar mais ao longo dos
próximos dias.
Estamos vendo uma
descompressão da dinâmica negativa dos últimos dias, mas com claros movimentos
de diferenciação entre classes de ativos e países/regiões. À medida que o
processo de normalização monetária ao redor do mundo prossiga, acho natural
esperarmos este tipo de ocorrência.
Hoje, em especial, o
mercado parece mais otimista com as indicações de que Powell será o novo
presidente do novo, o que está ajudando o rally das bolsas nos EUA e um
fechamento de taxa de juros no país. A boa temporada de resultados corporativos
nos EUA também é um vento favorável a alta das bolsas.
Continuo acreditando
que a escolha do presidente do Fed é apenas uma distração de curto-prazo. O que
importa é a direção da política monetária no mundo desenvolvido e os dados
econômicos. Continuo favorecendo posições tomadas na curva de juros dos EUA,
administrando tamanho e instrumentos da posição.
No Brasil, ainda vejo
certa fragilidade no câmbio, em meio a um cenário externo ainda mais favorável
ao dólar no mundo. O mercado de juros mostra estabilização, mas de maneira
ainda módica. O destaque positivo continua por conta da bolsa local, favorecida
pela recuperação cíclica da economia, juros mais baixo, cenário externo favorável
para esta classe de ativo e posição técnica ainda saudável.
Reforço que este
cenário para os ativos locais deverá prevalecer. Gosto da parte intermediária
da curva de juros, mas entendo que a compressão dos prêmios de alta de juros no
ano que vem só se realizará ao longo do tempo, e não de forma instantânea. A
política monetária local tem tudo para se tornar um driver menos importante para os mercados nos próximos meses, visto
meu cenário de juros mais baixos por mais tempo. Acredito que o BRL deverá
manter-se em um range, mesmo que mais largo que o anterior. Contudo, neste
ativo, o cenário externo será fundamental nos próximos dias. A bolsa ainda
parece ser o ativo com mais apelo para alocações devido aos vetores aqui já
citados (recuperação cíclica da economia, juros mais baixo, cenário externo favorável
para esta classe de ativo e posição técnica ainda saudável).
Para fundos de
alocação, ainda vejo sentido posições OW em Renda Variável. Na parcela de renda
fixa, gosto de um mix de IRFM-1+ (em torno de 4 anos de duration) com um pouco
de inflação curta (IMA-B5), pela carrego de curto-prazo, e um pouco de inflaçã
longa (IMA-B5+), pelas taxas longas ainda elevadas. Será cada vez mais
importante uma mudança de fundos de renda fixa para multimercados, em busca de
um “alpha” mais ativo em um período de CDI mais baixo. A escolha dos gestores
em renda variável também será fundamental em um ambiente em que existe discrepância
enorme entre o preço e o valuation das ações locais.
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