US: Firing on all cylinders!
A terça-feira foi marcada por um leve retorno do tema de
“Beautiful Reflation” no mundo, com o dólar um pouco mais forte ao redor do
mundo, leve abertura de taxas de juros nos EUA e bolsas ainda bem suportadas.
Continuo vendo espaço para o tema de “Reflation” continuar,
especialmente após mais uma rodada de dados econômicos extremamente positivos e
robustos nos EUA. Apenas hoje vimos o Chicago PMI subir de 65,2 para 66,2
pontos, acima das expectativas de 60,0; o Consumer Confidence passar de 120,6
para 119,8, acima das expectativas de 121,3; e o Employment Cost Index subir
0,7% QoQ, confirmando um cenário gradual de elevação do custo do trabalho e da
remuneração dos indivíduos.
A velocidade de abertura das taxas de juros nos EUA quem irá
determinar se o “Reflation” permanecerá “Beautiful” ou se poderá se tornar
“Ugly”. Meu cenário base ainda é de continuidade de um ambiente construtivo,
com períodos pontuais de maior volatilidade, pelo menos até que se tenha certeza
do novo patamar dos juros nos EUA e nas demais economias desenvolvidas.
Acredito que os números de inflação serão peça chave neste
processo. Enquanto a inflação nos EUA permanecer em alta gradual, o cenário
poderá se manter construtivo. Caso fique claro que estamos no início de um
processo mais acentuado de alta na inflação, poderemos estar diante de um ponto
de inflexão extremamente importante para a economia mundial e os mercados
financeiros globais.
No Brasil, o destaque ficou por conta das Notas do Copom. Ao
deixar o final do ciclo de queda da Taxa Selic em aberto, o BCB acabou sendo
lido como um pouco mais dovish pelo mercado, favorecendo um movimento de “bull
steepening” da curva de juros. Continuo gostando de posições na parte
intermediária da curva real e nominal de juros e já vejo boas assimetrias em
algumas estruturas de opção, mais longas, após a queda recente das vols
implícitas de juros.
O BRL continua seguindo o humor global a risco, ainda favorável
ao dólar no mundo e o Ibovespa acabou afetada pela interpretação mais negativa
de alguns resultados corporativos trimestrais.
Nos atuais níveis, já vejo espaço para adicionar alocações
táticas em alguns ativos locais, porém combinadas com a manutenção de uma
posição estrutural tomada em juros mais longos nos EUA e alguns países do G10.
Vale ressaltar que os indicadores de confiança locais continuam
mostrando elevações, o que é condizente com um cenário de recuperação da
economia.
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