China e Pesquisas Eleitorais no Brasil.
O final
de semana, até o momento, trouxe algumas informações importantes que merecem
ser mencionadas. Vamos a elas:
China – O PMI Manufacturing subiu de 51,7
para 52,4 em agosto, acima das expectativas do mercado, e o maior patamar desde
maio de 2012. Além disso, foi confirmado o que já havia sido ventilado ao longo
da semana, ou seja, o PBoC irá promover um corte de 50bps no Reserve
Requeriment (RRR/compulsório) de instituições financeiras mais ligadas a
pequenas e médias empresas.
O PMI reforça
a visão de um crescimento saudável no país. O corte do compulsório indica que
existe disposição do governo chinês em promover ajustes pontuais para que o
cenário de crescimento se mantenha constante. Em conjunto, este fluxo de
notícias reafirma um cenário relativamente tranquilo e construtivo para o país,
pelo menos no curto-prazo.
EUA – O Secretário de Defesa do país
declarou que os EUA estão em conversar diretas com a Coréia do Norte para fins
de negociações em torno de seu programa nuclear. As declarações são positivas
do ponto de vista geopolítico, já que apontam na direção de “esfriar” as
relações claramente esgarçadas entre ambos os países. Ainda parece cedo para
acreditar que os testes balísticos e militares da Coreia do Norte irão cessar
por completo, mas o caminho do diálogo parece aberto, o que reduz a
probabilidade de “eventos de cauda”.
Brasil – A mídia trouxe algum ruído em torno
do programa de Refis que está em negociação no Congresso, o que pode levar a
uma nova revisão do programa nos próximos dias.
A Folha
trouxe mais uma pesquisa Datafolha em relação à corrida presidencial de 2018.
Ainda falta bastante tempo para as eleições. Este tipo de pesquisa deve ganhar
importância ao longo do tempo, ajuda a balizar a corrida eleitoral, mas deveria
ter pouco impacto nos mercados financeiros locais no curto-prazo.
Segundo
o Datafolha, o ex-presidente Lula continua na liderança das intenções de voto,
inclusive ganhando espaço em relação a seus adversários. Bolsonaro e Marina
estão em empate técnico na segunda colocação, com Doria e Alckmin (dependendo
do candidato colocado na pesquisa) em terceiro lugar.
A
interpretação da pesquisa me parece simples. Lula ainda tem uma base eleitoral
forte e sua constante aparição na mídia o torna mais reconhecido em relação aos
demais candidatos. Marina ainda tem o chamado “recall eleitoral” das últimas
eleições. Bolsonaro é visto como o
candidato radical, que poderia “mudar tudo” e colocar o país nos trilhos. Doria
se favorece por ser o “novo na política”, mas sofre por ser desconhecido, e de
um partido recentemente afetado pela Lava-Jato. Alckmin tem pouca base
eleitoral nacional, e sofre os mesmos efeitos deletérios de ser do PSDB.
As
eleições ainda estão bastante abertas e tudo pode acontecer de agora até a
concretização do evento. O maior risco para os mercados seria a possibilidade
de candidatura de Lula. Caso Lula não seja candidato, existe o risco de
polarização ainda maior das eleições, com um número grande de candidatos, que
poderia levar dois nomes de polos opostos ao segundo turno.
Interessante
notar matérias nos jornais de sábado em que Bolsonaro adota postura mais moderada.
As matérias dizem que o pré-candidato irá as EUA em busca de uma imagem de mais
centro-direita e liberal. Bolsonaro busca aproximação junto ao mercado
financeiro, a fim de consolidar sua posição como forte candidato a disputa
presidencial.
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