Reflation Theme Continues.

Os ativos de risco continuam a operar na direção do que eu tenho cunhado como “Beautifull Reflation”, que vem sendo liderado pelos avanços econômicos, especialmente nos EUA. A perspectiva de avanço na agenda legislativa do país, no tocante a Reforma Tributária/Fiscal, em um pano de fundo de pleno emprego e hiato do produto fechado, são ingredientes que impulsionam o cenário e a dinâmica dos mercados. Acredito que a escolha do próximo presidente do Fed seja apenas uma distração no meio deste cenário.

Diante do exposto, e visto que os ativos parecem precificar ainda pouco do avanço concreto da agenda tributária/fiscal, que deveriam ter consequências talvez drásticas para a política monetária, em um mercado claramente pouco posicionado para este “novo” cenário, vejo espaço para a continuidade dos movimentos recentes no curto-prazo (abertura de taxa de juros, alta do dólar, bom desempenho das bolsas, acomodação de alguns ativos emergentes, em especial FX e Rates).

Enquanto a abertura das taxas de juros nos EUA (e no resto do G10) for gradual, o “Reflation” deverá permanecer ordenado, ou “Beautifull”. Caso o movimento se acelere, poderemos ter este cenário fortemente testado. O cenário só deveria se tornar desordenado, com potenciais rupturas, caso o cenário de inflação mostre potencial de alteração para altas mais acentuadas nos índices de preço.

Os ativos no Brasil se inserem neste contexto e, por hora, devem seguir o humor global a risco. O IPCA-15 divulgado hoje ficou dentro das expectativas do mercado. A despeito de uma elevação em Serviços, a inflação pouco altera o cenário local. Segundo nossa Área Econômica:

>> O IPCA-15 veio abaixo do que esperávamos (+0,34% vs. Icatu: 0,4%). A nossa maior surpresa foi em alimentação (-6bps), enquanto a surpresa para cima em serviços foi compensada pela menor inflação que a esperada em bens (ex-alimentos). O qualitativo piorou na margem, tanto no índice de difusão quanto nas leituras de serviços e núcleos (em termos ajustados sazonalmente). A piora não foi tão forte, mas acende um sinal de alerta. Entretanto, acreditamos que os fundamentos de inflação (enorme slack no mercado de trabalho, CRB em R$ relativamente flat, inércia inflacionária menor) são ainda bastante favoráveis e não muda no nosso case de inflação.


No campo político, as atenções estão voltadas para a votação da segunda denúncia contra Temer no plenário da Câmara. Depois, o Governo tentará impor uma nova fase da agenda econômica. O avanço nesta frente poderia ser um potencial “trigger” para novos movimentos dos ativos locais.

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