Cenário Econômico.

Tenho escrito bastante a respeito dos mercados (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/), mas muito pouco em torno do cenário econômico.

Nos últimos dias, vimos à confirmação de um crescimento global robusto. Em alguns países, vimos sinais de acomodação, mas nas grandes economias, EUA e Europa, em especial, os dados continuam robustos. Hoje, por exemplo, vimos dados positivos do PIB nos EUA, após Durable Goods Orders forte divulgados ontem. Na Europa, os sinais são na mesma direção, com PMIs em níveis ainda elevados e índices de confiança bastante fortes.

O foco dos próximos dias ficará por conta do avanço (ou não) da agenda legislativa nos EUA e dos dados de inflação e emprego no mesmo país. A dinâmica nestas frentes serão fundamentais para como os ativos de risco se comportaram neste último trimestre do ano. Se a “Beautil Reflation”, que já não está mais tão “Beautiful” nos últimos dias para algumas classes de ativos como os emergentes, irá continuar (ou retornar no caso dos países emergentes) ou teremos um cenário de “Ugly Reflation” liderado pela abertura das taxas de juros globais.

A China segue um cenário de estabilidade. O processo de reformas deverá continuar. Assim, poderemos ver desacelerações graduais do país, mas uma grande mudança de composição da economia. A “velha China” voltada para investimentos está dando lugar a “nova China” voltada para consumo, tecnologia, saúde e etc. Todos os países emergentes que amadureceram passaram por processos semelhantes. Isso deverá ter impactos não desprezíveis nos parceiros comerciais chinesas, assim como em parceiros comerciais e algumas classes de ativos.

O mundo emergente está mais disperso, com histórias boas e outras menos positivas. O preço e a dinâmica dos ativos reflete isso. Não acho que seja o escopo deste fórum tratar de temas e economias menores, exceto quando essas geram contágio para o cenário macro global.

Como comentei nos últimos dias, o Brasil segue com o mesmo pano de fundo de recuperação cíclica da economia que, para se tornar estrutural, depende das reformas econômicas. A inflação parece ter feito seu piso, mas segue abaixo da meta. As perspectivas para 2018 ainda são positivas, de inflação baixa. O crescimento mostra recuperação, mas ainda esperamos um processo apenas gradual de recuperação da economia (em torno de 3% no ano que vem). As contas externas estão saudáveis. Alguma deterioração é esperada, mas em função da recuperação econômica (mais importações) e do nível mais apreciado do câmbio. O quadro fiscal continua a ser o calcanhar de Aquiles do país. Alguma melhora cíclica ocorrerá em 2018, mas melhoras de longo-prazo dependem das reformas.


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