Reflation rules!

O grande destaque do dia fica por conta de mais uma rodada de abertura das Treasuries nos EUA. Neste momento, ela esta testando o rompimento do patamar de 2,40%. Tendo a acreditar que este rompimento deveria ser mais persistente desta vez, mas este tem sido um processo bastante errático ao longo deste ciclo econômico. 

Os motivos para a abertura continuam os mesmos: Crescimento sólido nos EUA e no mundo, mudança de política monetária nas principais economias do mundo, possibilidade de uma Reforma Tributaria em um pano de fundo de econômica no pleno emprego com hiato do produto fechado, e especulações em torno do novo presidente do Fed. Exceto pelos indicação do Fed, que vejo apenas como uma distração neste ambiente, acredito que os demais vetores estejam no cenário de maneira mais estrutural.

Continuo com uma posição relevante tomada na parte longa da curva de EUA, mas estou ajustando os tamanhos e instrumentos neste novo nível. 

Antes de atualizar os dados desta manha, vale um breve comentário sobre Brasil. Tenho focado meus comentários no cenário externo e deixado um pouco de lado os meandros do cenário local. Esta postura é proposital, por acreditar que não haja mudanças substanciais de cenário. acredito que o imbróglio político seja apenas um ruído que vêm sendo exacerbado pela mídia. O que importa será a manutenção de ma agenda coerente, que nem precisa ser agressiva ou com implementação imediata, da pauta econômica após a denúncia contra Temer passar no Congresso. 

Estou em um evento nos EUA e reforço o que tenho escrito aqui. a Reforma da Previdência e fundamental para o pais. Os estrangeiros veem nossa situação fiscal com grande desconfiança e cautela, mas ninguém espera a aprovação de medidas no curto-prazo. A recuperação da economia ajuda o pais a atravessar os próximos 2-3 anos de forma mais confortável neste sentido, mas cria o risco de, novamente, o pais se tornar complacente e não avançar nas reformas estruturais. 

Em suma, não parece haver muitas reformas adicionais no preço. Exceto pelo calendário político eleitoral, contudo, parecem haver poucos riscos locais aparentes. Não existe grande disposição dos estrangeiros em alocar dinheiro novo no Brasil neste momento, mas há um enorme espaço para este movimento caso o "dever de casa"seja feito no longo-prazo.

Assim, seguimos em um cenário de crescimento em recuperação gradual, inflação controlado, juros com perspectivas de se manterem baixos por um tempo mais longo, e contas externas saudáveis. Por essa manutenção de cenário que tenho deixado de lado os meandros políticos de curto-prazo.

Com relação ao Copom, acredito que irão cair a Selic em 75bps e sinalizar que o ciclo esta perto do fim. Vejo uma taça terminal entre 6,75% e 7%. Assim, vejo a curva curta de juros mais sem graça, assim como o mercado de opção de juros. Gosto da parte intermediária da curva real de juros, mas também não como ma posição core muito grande. Ainda vejo a bolsa como o melhor ativo para se estar posicionado no Brasil.


É relação ao cenário externo, hoje pela manhã vimos um IFO mais elevado na Alemanha, confirmando um cenário de crescimento global robusto. Na China, o Congresso terminou. Ainda não tive tempo de digerir todas as informações, mas o destaque da mídia ficou por conta da sucesso do atual Premier. Não foi indicado um nome para sua sucesso, o que esta trazendo rumores de que Xi poderá permanecer no poder por um tempo mais longo. Ademais, as reformas econômicas foram o foco do Congresso. Na Australia, os dados de inflação ficaram abaixo das expectativas, colocado forte pressão sobre o AUD. O número apenas reforça a diferenciação cada vez mais evidente entre os BCs ao redor do mundo, e as oportunidade no mercado em meio a este cenário. Sigo vendido no AUDBRL.

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