Mais do mesmo...
A quarta-feira foi um pouco de “mais do mesmo” para os mercados.
Dólar misto, bolsas em leve alta, queda das commodities e abertura de taxas de
juros em G10. Os ativos de risco continuam sem tendência definida, enquanto
parece haver uma leve tendência de abertura de taxa de juros no mundo
desenvolvido.
Já vivenciamos diversos momentos como este no passado, em que a
abertura de taxas no G10 acabou não se concretizando em uma tendência de fato.
Por ora, mantenho a visão de que existe espaço para o bom desempenho dos ativos
do Brasil enquanto a abertura das taxas de juros em G10 permanecer controlada.
No curto-prazo, até que fique claro o tamanho do movimento de abertura das taxas
de juros, e diante do desempenho dos ativos locais (e de EM em geral) nos
últimos meses, é razoável verificarmos movimentos de acomodação dos ativos
locais (e de EM).
Acredito que o processo de alta das taxas de juros em G10 pode
continuar, mas não necessariamente se tornará estruturalmente em um processo de
ruptura para os ativos de risco. Podemos conviver com maior volatilidade de
forma pontual, mas não mudança clara de tendência. Este pano de fundo irá ser
drasticamente alterado no momento em que ficar claro que a inflação está de
fato em um movimento mais consolidado de elevação.
No cenário econômico, no Brasil, o IBC-Br ficou abaixo das
expectativas do mercado em agosto, com queda de 0,38% MoM e alta de 1,64% YoY.
O número não altera o cenário de recuperação da economia, mas mostra que este
processo ainda está sendo bastante gradual.
Nos EUA, os dados do mercado imobiliário de setembro
apresentaram acentuada queda, mas muito afetados pelos desastres naturais que
assolaram o país ao longo deste mês.
No cenário político, o Congresso no Brasil segue focado na
tramitação da segunda denúncia contra Temer. Até que este processo seja
superado, a agenda parlamentar ficará, de certa forma, trancada. Após este
evento, podemos ter esperança de que a agenda econômica volte a pauta.
Nos EUA, seguimos à espera do anuncio do próximo presidente do
Fed, assim como para o avanço da agenda Tributária/Fiscal.
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