Crescimento global robusto e sincronizado. "Beautiful Reflation" segue como cenário base.
O destaque do cenário continua marcado por uma recuperação positiva e extremamente sincronizada do crescimento global. Este pano de fundo ficou ainda mais evidente após a divulgação dos PMIs e ISMs ao redor do mundo nas últimas 48 horas.
Os ativos de risco tem reagido de maneira clássica a este cenário, com bom desempenho do mercado de ações, abertura de taxas de juros e alta do dólar. Acredito que este ambiente poderá persistir diante deste cenário. Poderemos ter alguma volatilidade pontual maior, caso a velocidade de abertura das taxas de juros se torne mais acentuada, mas este não me parece ser o cenário base.
Por ora, este ambiente tem gerado alguma pressão sobre os ativos dos países emergentes, dentre eles o Brasil. Acredito que este tipo de movimento seja natural, especialmente após o forte desempenho desta classe de ativo nos últimos meses. De forma geral, na maior parte das vezes, um cenário de crescimento global robusto, com alta gradual de juros no mundo desenvolvido e inflação ainda controlada, não costuma ser estruturalmente negativo para os ativos emergentes. Muito pelo contrário, este cenário costuma ser bastante positivo para esta classe de ativos. Assim, vejo o movimento de pressão atual apenas como uma acomodação em meio a uma tendência ainda positiva de valorização da classe emergente, e do Brasil, em especial.
Entrando em Brasil, os jornais de hoje estão com notícias interessantes, todas elas na direção de melhores perspectivas de crescimento. O Ministro da Fazenda Henrique Meirelles concedeu declarações bastante fortes e incisivas na noite de ontem afirmando que o crescimento atual já é forte e que o mercado irá, cada vez mais, se surpreender com as surpresas no âmbito do crescimento.
O jornal O Globo traz artigo em que afirma que o BCB estaria estudando a redução de compulsório dos bancos, com intuito de aliviar o mercado de crédito. Já o Valor afirma que o BNDES teria R$180bi disponíveis para novos pagamentos ao Tesouro, o que ajuda a abater a dívida federal.
Dentro do que escrevi sobre o Brasil e o mundo, ainda me parece haver espaço para a valorização dos ativos locais. Entendo que após a apreciação dos últimos meses, a velocidade de apreciação poderá ser menor, mas não menos relevante. Neste momento, gosto de manter um portfólio balanceado, entre bolsa, juros na parte intermediária da curva e posição tática no BRL. Mantenho posição relevante tomada em juros longos nos EUA, grande parte através de estruturas de opção, cujas vols baixas permitem grande alavancagem e defesa da posição em caso de movimentos contrários ao cenário base.
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