Update.
A quinta-feira foi mais
um dia de poucas novidades para o cenário econômico global, mas com informações
relevantes da dinâmica dos mercados.
No Brasil, os ativos locais reagiram de forma clássica a decisão do
BCB, e em linha com o comentário que fiz hoje pela manhã (fechamento de taxas
de juros, BRL forte e alta do Ibovespa).
Vejo um cenário em que
o BCB dê continuidade ao processo de queda da Taxa Selic em um ritmo de 75bps
por reunião, pelo menos nas próximas 2 a 3 reuniões. Está visão, contudo, já se
tornou quase consensual. Ainda existe espaço para a compressão de prêmio de
risco na parte intermediária da curva (entre os anos de 2019 e 2022), conforme
o mercado migrar para um cenário de juros estruturalmente mais baixos no país.
Ainda vejo um humor
positivo para o BRL no curto-prazo, já que a janela externa parece,
temporariamente, positiva. Este ambiente externo tem ajudado o setor corporativa
nas emissões de dívida externa. Continuo sem uma visão estrutural para o BRL,
preferindo atuar de maneira tática, já que mantenho visão estruturalmente
altista para o USD no mundo.
Ainda vejo espaço para
fluxos relevantes para o Ibovespa, especialmente agora, com o mercado migrando
para uma taxa de juros terminal mais baixa do que o imaginado anteriormente.
No cenário externo, o mercado continua sofrendo uma realização de
lucros de todos os trades ligados, ou dependentes, da plataforma econômica de
Trump. Eu entendo que a posição técnica estava relativamente “esticada”, e que
Trump não tenha detalhado suas prioridades em sua primeira entrevista coletiva,
mas ainda vejo um cenário econômico para os EUA, mesmo sem os efeitos Trump,
justificando uma abertura de taxas de juros e um dólar mais forte no mundo.
Hoje mesmo, nos EUA, o Jobless Claims subiu (apenas) de
237 mil para 247 mil, abaixo das expectativas de 255 mil, e um patamar
extremamente robusto. O número mostra um mercado de trabalho robusto, talvez
muito próximo do pleno emprego. Está visão foi reforçada nos dados dos JOLTS
Job Openings divulgados ontem.
Acredito que o final
desta semana, e o início da próxima, serão fundamentais para a confirmação, ou
não, deste cenário. Teremos na agenda dos EUA:
PPI, Retail Sales e Core CPI.
Números fracos podem
vir a dar sequência ao movimento de realização de lucros dos “Trump Trades”.
Números robustos e, em especial, uma inflação mais elevada, pode trazer de
volta à tona, de forma rápida e acentuada, o cenário de fins de 2016.
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