Brasil: O período de calmaria de notícias está próximo do fim.
Os
ativos de risco estão abrindo a quinta-feira dando seguimento aos movimentos de
“reflation” observados nos últimos dias, mas, por ora, com magnitudes ainda
pequenas.
A agenda
do dia será um pouco mais carregada, com destaque para o Jobless Claims nos
EUA. No Brasil, a agenda trará apenas os dados de arrecadação.
Os
jornais locais de hoje parecem um pouco mais “recheados” do que nas últimas
semanas. Ao que tudo indica, o período de ausência de notícias locais ficou
para trás.
Hoje, já
há um foco maior no retorno do processo de delação premiada a Odebrecht.
Novamente, começam a vazar informações sobre os anexos do processo. Em artigo
na Folha de São Paulo, há a informação de que a empreiteira poderá empurrar
para o centro das investigações os principais acionistas de suas concorrentes.
Não existe, ainda, o vazamento de nomes de políticos possivelmente envolvidos
na delação. Todavia, me parece apenas uma questão de tempo até que novos ruídos
envolvendo a empresa, políticos e o setor empresarial como um todo, volte a
eclodir.
Em uma
matéria no Valor Econômico,
O
Ministério Público Federal (MPF) em Brasília vai usar a lei anticorrupção para
responsabilizar o Grupo Safra, o Bradesco e outras empresas investigadas pela
Operação Zelotes por supostos atos de corrupção no Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais (Carf), conforme apurou o Valor.
A
medida está prevista para ser adotada na terceira etapa da Zelotes,
investigação que apura pagamento de propinas a funcionários e a conselheiros do
Carf em troca da reversão ou diminuição de autuações fiscais. Também serão
acionadas com base na lei anticorrupção as empresas SGR Consultoria Empresarial
e JR Silva Advogados, que teriam sido usadas para intermediar o esquema,
segundo o MPF. A procuradoria já denunciou suspeitos de corrupção e ajuizou
ontem ação por improbidade administrativa contra 13 investigados.
A lei
12.846 de 2013 prevê a responsabilização objetiva, administrativa e civil de
pessoas jurídicas que praticarem atos contra a administração pública, nacional
ou estrangeira.
Seu
artigo 4º, inciso 2 º diz que "as sociedades controladoras, controladas,
coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão
solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta lei,
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e
reparação integral do dano causado".
Em artigo do mesmo Valor Econômico, Ribamar
Oliveira afirma que houve um entusiasmo por parte da Fazenda com os dados de
atividade econômica de dezembro:
Em dezembro, a economia brasileira deu
sinais animadores. Os dados que chegam ao Ministério da Fazenda indicam uma
reação da atividade econômica que, para a área técnica oficial, deverá
continuar nos próximos meses. "De fato, tivemos uma inflexão (do
crescimento) em dezembro para valer", avaliou o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, em conversa com o Valor. Meirelles está convencido
de que o país já crescerá no primeiro trimestre deste ano.
Uma
série de indicadores positivos foram observados pela equipe econômica do
governo no mês passado. A produção de veículos cresceu 5% na comparação com
novembro, de acordo com dados dessazonalizados divulgados pela Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A produção de
papelão ondulado, caixa, acessórios e chapas, que é um dos indicadores
antecedentes clássicos do nível da atividade, apresentou um crescimento de 1,3%
na comparação com o mês anterior, já dessazonalizado.
Um dos
dados mais impressionantes foi a elevação de 4,8% no movimento do pedágio de
veículos pesados em dezembro, em comparação com novembro. No caso do pedágio de
veículos leves, o aumento foi de 0,7%. O consumo de energia elétrica, outro
indicador antecedente clássico do nível de atividade, subiu 0,6%, enquanto as
importações do país apresentaram elevação de 3,7%. Todos os dados são
dessazonalizados.
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