Update.
Estamos
iniciando o ano novo ainda em primeira marcha, sem grandes mudanças
substanciais de cenário, mas com alguns desenvolvimentos que merecem ser
mencionados.
China – O Manufacturing PMI recuou
marginalmente de 51,7 para 51,4 pontos em dezembro, basicamente dentro das
expectativas do mercado.
No final
da semana passada, o governo anunciou que irá estender a cesta de moedas com o
qual o trade weight index do país é
calculado, com 11 moedas sendo adicionadas ao cálculo. Segundo a Goldman Sachs:
According to CFETS, the 11
additional currencies are selected as they became directly traded in the
onshore FX market in 2016 (the CFETS basket does not include any currencies
that are not directly traded onshore). Among the new entrants, the Korean Won has
the largest weight at just over 10% (Exhibit 1). As a result of the expanded
basket and also adjustment reflecting shifts in China’s international trade
composition, the weights of the original 13 currencies will be generally
reduced but to varying degrees. The largest fall is with EUR, followed by USD
and JPY. Altogether the additional currencies carry a total weight of about
21%, and the USD and G3 currencies have a loss in weight of about 4% and 12%,
respectively (if HKD is counted as effectively USD-linked, the USD/G3 weight
loss would be about 6%/14% instead). The new weights will bring the CFETS
basket closer to the BIS basket in terms of the importance of USD/G3 currencies
Enquanto
o governo sinaliza, por um lado, para um sistema cambial mais livre, por outro
lado, anuncia medidas que visam frear os fortes fluxos de saída de capitais do
país, em uma postura, no mínimo, dúbia.
O
cenário para o país continua a ser de relativa estabilidade econômica no
curto-prazo. Continuo a ver sinais de que a postura dos police makers locais será mais neutra, ou até mesmo restritiva no
curto-prazo, o que enseja um menor crescimento nos próximos 3 a 9 meses.
Continuo a ver um cenário de “stop-and-go” para o crescimento do país.
Atualmente,
vejo a China no estágio em que o crescimento tenha atingindo um pico de
curto-prazo, e a possibilidade de um menor crescimento nos próximos meses, em
muito induzido por políticas menos expansionista. O risco de uma depreciação
mais acentuada da moeda ainda existe, mesmo que em tenha sido controlado nos
últimos meses. O mercado de crédito local também merece atenção especial.
EUA – O país se encontra em um relativo
vácuo de notícias. Trump tomará posse em cerca de 20 dias, e muito ainda
precisa ser relevado sobre sua administração. Acredito que o mercado tenha
precifica uma boa parte dos efeitos positivos do que está por vir, mas riscos
ainda existem.
Além do
cenário político, os números de emprego de dezembro serão importantes para
determinar como o mercado irá precificar a política monetária do Fed de agora
em diante. Após uma reação inicial rápida e acentuada, o dólar e as Treauries parecem estar passando por um
período de consolidação. Estes ativos ainda necessitam de atenção especial,
pelo potencial de fortalecimento do dólar e abertura de taxas de juros, com
efeitos secundários e diretos sobre os demais ativos de risco.
Brasil – O recesso do Congresso e as “férias”
da Operação Lava-Jato deram um alento ao governo, que aproveitou o tempo para
imprimir uma “agenda positiva” visando dar sustentação ao crescimento. Como já
escrevi neste fórum nos últimos dias, vejo a maioria das medidas como
positivas, mas talvez de pouco impacto no curto-prazo.
O BCB
caminha para mais uma reunião do Copom e salvo uma mudança repentina de
comunicação o ritmo de queda de juros parece ser de 50bps, pelo menos para está
reunião. A curva curta de juros já precifica um ciclo de queda levemente
superior a este. A inflação continua surpreendendo positivamente, mas as
coletas apresentaram alguma piora nos últimos dias. O crescimento ainda não deu
sinais consistentes de recuperação, mas alguns sinais mais animadores começaram
a surgir no cenário. A fotografia das contas públicas continua preocupante, o
que torna o ajuste fiscal imperativo. As contas externas, por sua vez,
continuam extremamente tranquilas.
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