Copom checked (and aggressive!).

Os ativos de risco estão apresentando uma correção do que ficou conhecido como “Trump Trade”. O movimento de enfraquecimento do USD, fechamento das taxas de juros e arrefecimento das bolsas e das commodities pode ser explicado por um misto de posição técnica e pela ausência de detalhes do plano inicial de governo de Trump em sua primeira entrevista coletiva realizada ontem.

Eu vejo estes movimentos com certa preocupação, pois mostram um mercado tecnicamente fragilizado neste momento. Contudo, por ora, continuo mantendo meu cenário base para este ano, em que estas principais tendências do final do ano passado voltem a acontecer. No curto-prazo, não consigo precisar com exatidão até onde os movimentos de realização de lucros poderão ocorrer.

No Brasil, em uma decisão que surpreendeu parte do mercado, mas não a totalidade dos investidores (existia uma probabilidade em torno de 30% para um corte de juros mais agressivo), o BCB anunciou um corte de 75bps na Taxa Selic, contra expectativas da maioria de um corte de 50bps. O comunicado indica que existe espaço para que o ritmo de queda de juros continue neste patamar de 75bps. Ainda é cedo para afirmar se o BCB alterou o seu orçamento total de queda de juros, ou está apenas antecipando o movimento, frente a um cenário claro de desinflação e pressão sobre o crescimento.

Espero um bom desempenho relativo e absoluto dos ativos brasileiros ao longo do dia de hoje. Acredito que a curva de juros apresentará movimento de “bull steepening” no curto-prazo, mas os vértices intermediários tenderão a fechar taxas na mesma proporção, ou até de forma mais acentuada, a medida que o mercado embutir em seu cenário uma queda de juros mais acentuada, e taxas de juros estruturalmente mais baixas no Brasil.

Vejo o movimento de corte mais agressivo de juros como muito positivo para o Ibovespa, especialmente para os setores de consumo mais sensíveis as taxas de juros, para as empresas mais endividadas a Taxa Selic e os setores mais ligados aos juros.

Acredito que o BRL, no curto-prazo, possa reagir de forma positiva, na expectativa de fluxos para a conta de capital.

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