Reflation: Back to the game!

Os dados econômicos divulgados nos últimos dias estão ajudando a dar novo ímpeto ao tema de “Reflation” no mundo. A medida que fica evidente que Trump irá dar seguimento, ou pelo menos tentar, implementar tudo aquilo que foi apresentado na campanha eleitoral, esta tese de investimento volta a ganhar corpo, após um começo de ano de acomodação, incerteza e realização de lucros.

Apenas hoje, vimos um Markit Eurozone Composite PMI praticamente estável em 53,4 pontos em janeiro, muito próximo dos picos da série.

O Markit US Manufacturing PMI subiu de 54,3 para 55,1 pontos, patamar mais elevado desde começo de 2015. No caso dos EUA, os indicadores do mercado de trabalho se mostram robustos, e as pressões inflacionárias são crescentes.

Na China, o PBoC promoveu uma alta de 10bps em seu instrumento de mercado aberto, conhecido como MLF. A medida pode parecer cosmética por sua magnitude, mas extremamente importante em termos de sinalização. Mostra que o policy maker chinês está mantendo uma postura mais dura (restritiva) frente não apenas as pressões inflacionárias, como também na administração do câmbio, e do que pode ser considerado “bolhas” em mercados específicos.

A atuação do PBoC confirma minha visão de um curto-prazo (1 a 3 meses) ainda de estabilidade do crescimento, mas com medidas que contratam uma desaceleração do crescimento no médio-prazo (3 a 9 meses).

Trump continua assinando decretos e colocando em prática tudo aquilo que foi apresentado em sua campanha eleitoral.

No Brasil, o cenário segue sem grandes novidades. A conta corrente de dezembro apresentou um déficit levemente superior as expectativas. Contudo, observamos uma forte surpresa positiva nos investimentos estrangeiros diretos. Continuamos a ver uma situação bastante confortável para o balanço de pagamentos do país. Alguma deterioração é esperada devido a apreciação cambial e a recuperação do crescimento local, mas nada que altere, por ora, a situação de conforto das contas externas.


A inflação continua surpreendendo para baixo, com as coletas de preço baixas diante das expectativas vigentes para a inflação de curto-prazo. A curva embute hoje quedas de 75/65/60/50/30 nas próximas reuniões do Copom. Ainda vejo espaço para mais compressão da curva, mas este deve ocorrer apenas ao longo do tempo. O FRA de 2018 já se encontra abaixo de 10%, com os FRAs da parte intermediária da curva, entre 10,6% e 11,2% me parecendo mais atrativos.

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