IPCA and Trump checked. Copom next!
Dois eventos merecem
destaque hoje (IPCA e Trump) e um terceiro (Copom) saberemos em breve.
Em relação ao IPCA de
dezembro, o número apresentou alta de 0,30% MoM e 6,29% YoY, cerca de 4bps
abaixo das expectativas. A inflação fechou o ano abaixo do teto da meta, de
6,50%.
Segundo nossa área
econômica, a inflação de serviços segue
desacelerando, para 5,5% (após ajuste sazonal) e com o índice de difusão de
serviços em patamar relativamente baixo. O qualitativo do IPCA foi bom, mas não
representou novidade em relação ao que tinha sido divulgado no IPCA-15 de
dezembro.
Os gráficos copiados
abaixo, um excelente trabalho da nossa equipe econômica, falam por si só. A
visão oficial da casa é para uma queda de 50bps na Taxa Selic, com a
possibilidade de uma indicação de aceleração do processo de queda da taxa de
juros nas reuniões posteriores. Eu, pessoalmente, acredito que haja um caso a
ser feito para uma queda de 75bps nesta reunião. Contudo, como este BCB tem
optado por uma postura mais conservadora, ele acabou conduzindo o mercado para
expectativas mais contidas para esta reunião.
No cenário externo, a
entrevista coletiva de Trump não trouxe nada de fundamentalmente novo. O
presidente dos EUA manteve sua postura, de certa forma arrogante, adotada ao
longo de toda a campanha presidencial. Não existia expectativas de que ele
alterasse sua maneira de atuar.
O que mais me chamou a
atenção, para os mercados financeiros, foi a confirmação de que:
THE WORD IS OUT TO COMPANIES THAT WANT TO MOVE PLANTS OUT OF THE U.S.
YOU'RE GOING TO PAY A VERY LARGE BORDER TAX.
A adoção de um “border
tax” já vinha sendo especulada pelo mercado, porém nunca confirmada, de forma
assertiva pela equipe de Trump. Ele não apenas confirmou sua intensão, como
ainda afirmou que poderá ser “very large”.
Confesso que me impressionou
a reação inicial dos ativos de risco, com uma rápida e acentuada queda do USD e
fechamento das taxas de juros. O movimento de hoje diz muito sobre a posição
técnica, e a sazonalidade, de início de ano.
Eu mantenho minhas
convicções (USD forte, Abertura de taxas de juros no mundo desenvolvido,
mercado leniente com o “risco Trump”), mas estou atento (e desconfortável) com
a dinâmica dos mercados.
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