MXN, TRY, Oil and beyond.
Tivemos mais um dia sem
mudanças substanciais de cenário, em que a dinâmica do mercado acabou sendo
marcada por questões pontuais e localizadas.
As moedas de México (MXN) e Turquia (TRY) continuam apresentando um desempenho bastante ruim,
seguindo um cenário local bastante desafiador nestes dois países. No México, o
“Risco Trump” ainda paira sobre um ambiente econômico local já fragilizado. Na
Turquia, as recentes decisões do governo não estão ajudando a melhorar a
dinâmica dos ativos do país. Hoje, o BC local anunciou uma queda de 50bps nas
taxas FX RRRS. Até o momento, o problema nestes dois países ainda não gerou
contágio para o resto do mundo.
O petróleo teve mais um dia de forte queda, com um receio em torno do
comprometimento dos membros da OPEP com o acordo de corte de produção. As
commodities metálicas, por sua vez, tiveram mais um dia de forte alta, ajudadas
por um cenário aparentemente positivo para China no curto-prazo. Eu ainda vejo
uma desaceleração contratada para a economia chinesa e o suporte atual das commodities
em muita explicada por questões técnicas e financeiras (especulação e afins).
Com o Congresso em
recesso, e sem novidades relevantes de cenário, os ativos do Brasil continuam apresentando um
desempenho positivo, tanto em relação aos seus pares, quanto em termos
absolutos. O próximo grande evento será a decisão do Copom, agendado para o
começo da noite de amanhã. Enquanto isso, a cena política está sendo recheada
com notícias em torno da eleição para presidente da Câmara. Neste momento, tudo
indica que Rodrigo Maia será reconduzido ao cargo, sem grandes alterações para
o governo.
Segundo nossa área
econômica: As vendas no varejo de
novembro vieram acima do esperado (+2%m/m dessaz vs. BBG: +0,3%m/m dessaz),
refletindo em boa parte o fortalecimento da Black Friday no Brasil. Todavia, a
tendência é que haja algum payback no resultado de dezembro (pode ter ocorrido
antecipação de consumo do período de Natal), quando será possível fazer uma
análise mais precisa da atividade na margem (fazendo a média móvel de nov e
dez). De qualquer maneira, os fundamentos para as vendas no varejo permanecem
ruins: (1) mercado de trabalho prossegue em deterioração; (2) a confiança do
consumidor voltou a piorar; (3) as condições de crédito seguem apertadas. Por
outro lado, há uma tendência de desaceleração no deflator implícito do setor, a
qual apenas tende a atenuar a fraqueza nas vendas no varejo.
Nos EUA, o JOLTS Job Openings, e suas
derivadas, apresentaram mais um mês positivo em novembro, o que se traduz em um
mercado de trabalho robusto. O cenário continua a ser de uma economia sólida,
com um hiato do produto praticamente fechado e a necessidade de dar
continuidade ao processo de normalização monetária no país.
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