Ano novo, tema antigo: “Reflation”.

Iniciamos o ano novo com um cenário parecido, senão idêntico, aquele verificado nos meses finais de 2017.

A terça-feira trouxe um número de inflação (CPI) acima do esperado na Alemanha (1% MoM e 1,7% YoY contra expectativas de 0,6% MoM e 1,3% YoY), além de um ISM Manufacturing mais forte do que as expectativas nos EUA (54,7 contra 53,8), com destaque para a elevação do ISM Prices Paid, de 54,5 para 65,5 pontos.

Ainda nos EUA, Donald Trump ainda não tomou posse oficialmente, mas continua a gerar confusão com seus “Tweets” e suas nomeações. Durante o dia, o nome de um reconhecido protecionista foi confirmado como “Trade Representative”, trazendo novamente à tona os riscos que a plataforma de governo apresentado em sua campanha poderá gerar sobre alguns temas econômicos.

A agenda no Brasil continua relativamente esvaziada, com o recesso do Congresso e sem dados econômicos relevantes. O mercado local continua a apresentar um bom desempenho, na expectativa de que das reformas econômicas serão aprovadas, abrindo espaço para uma queda mais acentuada e estrutural dos juros no país.

Em relação aos ativos de risco, vejo o mercado local de juros em uma tendência de fechamento de taxa, porém tenho receio do curto-prazo, já que a curva curta precifica quedas superiores a 50bps nas próximas 4 reuniões do Copom, o que pode ser frustrado na reunião de janeiro. Vejo valor em alguns setores da bolsa local. Acredito que o BRL irá operar em ranges ao longo do ano, e não tenho visão direcional neste momento.

No mercado externo, continuo mais cauteloso com o cenário para os próximos 3 a 6 meses na China, devido a uma potencial desaceleração induzida da economia. Acredito que alguns ativos de risco tenham precificado de maneira exagerada apenas os efeitos positivos da agenda econômica de Trump, ignorando os potenciais efeitos negativos de algumas medidas. Continuo acreditando na elevação estrutural das taxas de juros dos EUA, que deverão dar sustentação ao dólar no mundo.

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