EUA vs China / Hard Brexit / Lava-Jato.

Até o momento, as notícias do final de semana são marginalmente mais negativas para o cenário externo, o que pode vir a desafiar o ambiente relativamente construtivo quer os ativos de risco vinham precificando até o momento.

Nos EUA, após a entrevista de Trump ao WSJ (vide abaixo), a China respondeu de forma clara, simples, rápida e ríspida que a política de “One China” não está, nem em debate, e muito menos aberta a negociação. Este deverá ser apenas o primeiro, de muitos obstáculos que o novo Governo dos EUA deverá encontrar para implementar parte das políticas econômicas apresentadas na campanha. Por ora, não vejo nenhum recuo de Trump em sua postura de “lutar”, ou negociar, melhores acordos comerciais para o país. O risco, de agora em diante, é que os mercados financeiros globais, que precificaram apenas os efeitos positivos sobre o crescimento da política econômica de Trump, comecem a precificar os efeitos deletérios que uma postura mais agressiva em relação aos seus parceiros comerciais venha a ter sobre a economia (http://www.wsj.com/articles/beijing-says-u-s-china-policy-isnt-negotiable-1484418841)

Na Inglaterra, um artigo do The Sunday Times, cotado pela Bloomberg News, afirma que Theresa May deverá apontar para um “Hard Brexit” em discurso programado para esta terça-feira. Se a notícia for confirmada, será um duro golpe aos ativos de risco, em especial aqueles mais ligados a Inglaterra, como o GBP, bolsas da Inglaterra e Europa, EUR e afins:

U.K. Prime Minister Theresa May will this week signal plans for a “hard Brexit’’ by saying she’s willing to quit the European Union’s single market for goods and services to regain control of Britain’s borders and laws, the Sunday Times reported.

In a speech scheduled for Tuesday in London, May will prepare to withdraw from tariff-free trade with the region in return for the ability to curb immigration, strike commercial deals with other countries, and escape the jurisdiction of the European Court of Justice, the Sunday Times said without saying how it obtained the information.

Such a blueprint for Brexit risks alarming investors, bankers and company executives who will fret that May is prioritizing social issues over the needs of the economy. Government officials told the Times they expect her speech to cause a “market correction,” which the newspaper said could send the pound lower. The pound fell last week to its lowest level against the dollar since October on concern about her intentions.

No Brasil, os jornais ainda estão repercutindo a última Operação da PF, um desdobramento da Lava-Jato, realizada na sexta-feira (vide abaixo). As discussões giram em torno da pressão sobre Eduardo Cunha para uma delação premiada. Além disso, alguns artigos alegam que pessoas e/ou assessores muito próximos ao atual Presidente da República aparecem como possíveis participantes e/ou beneficiários do que seria, segundo o MPF e a PF, um outro esquema de favorecimento a políticos e empresas.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 Sábado pela manhã duas notícias me chamaram a atenção.

Primeiro, uma matéria de capa da Folha de São Paulo afirma que a Operação da PF ontem, mirando possíveis irregularidades na Caixa Econômica Federal, coloca pressão sobre Eduardo Cunha para que faça uma delação premiada. Além disso, a Operação, um desmembramento da Lava-Jato, traz de volta a tona o risco que ainda existe para a classe política e alguns setores da economia.

A Folha costuma sempre adotar um teor um pouco mais alarmista em tudo que envolve este governo, mas sem dúvida o retorno do recesso do MPF, da PF e do Congresso, tem todo potencial de trazer novas incertezas ao cenário, e volatilidade aos mercados financeiros locais. Segue o link para o artigo:


Segundo, Donald Trump concedeu uma longa entrevista ao WSJ. O tema central de suas declarações ficou por conta das relações diplomáticas com a Rússia e a China. Trump não recuou em nada, muito pelo contrário, reforçou sua visão de que pode vir a buscar uma aproximação junto a Rússia, enquanto deverá adotar uma postura mais agressiva e combativa em relação à China.

Continuo vendo potencial de ruídos em relação a esta postura que poderá ser adotada em relação a negociações diplomáticas e comerciais. Segue o link do WSJ:


Neste ínterim, o Chairman do Comitê de Inteligência do Senado americano anuncio que irá investigar possível relações entre Trump e a Rússia durante a campanha eleitoral. Segundo o site de análise política POLITICO:

Senate Intelligence Chairman Richard Burr (R-N.C.) said late Friday that his committee would investigate possible contacts between Donald Trump's campaign and Russia, reversing himself one day after telling reporters that the issue would be outside of his panel's ongoing probe into Moscow's election-disruption efforts.

In a statement issued jointly with the committee's top Democrat, Virginia Sen. Mark Warner, Burr said the committee would use "subpoenas if necessary" to secure testimony from Obama administration officials as well as Trump's team on Russia's cyberattacks and on other efforts at election meddling.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juros Brasil

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante – Parte II

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante?