Reservas Internacionais da China / EUA vs Rússia.

O fluxo de notícias para Brasil continua esvaziado, com o recesso do Congresso. O próximo evento local relevante será a reunião do Copom nesta semana. No campo fiscal, a crise dos Estados ainda não tem uma solução concreta. Do ponto de vista social, mas sem impacto para os mercados financeiros locais, a crise nos presídios é mais um obstáculo a ser administrado por Temer e Cia.

No cenário externo, dois vetores merecem menção neste final de semana. Primeiro, na China, as reservas internacionais de dezembro apresentaram queda de US$41bi. O número é em linha com as expectativas, mas alguns analistas (vide abaixo comentário da Goldman Sachs) acreditam que os fluxos de saída do país sejam muito superiores àqueles que vem sendo anunciados pelo governo.

De maneiro geral, a queda das reservas mostra que ainda existe uma consistente pressão para a depreciação da moeda local. O governo está atuando de maneira a suavizar está tendência, mas os fundamentos apontam para a necessidade de um câmbio mais depreciado no país. Por ora, o cenário central ainda é de uma depreciação gradual e controlada da moeda, mas existe o risco de um processo de ruptura caso a administração deste problema encontre obstáculos ainda maiores à frente.

Segundo a Goldman Sachs:

The PBOC's FX reserves fell by US$41bn in December to just over $3tn. We estimate currency valuation effects at about -US$6bn (assuming the currency composition of China’s FX reserves is similar to that of the global average). Therefore, excluding such effects, FX reserves would have decreased by US$35bn.

But another dataset, called "PBOC's FX position" (usually released around the middle of the month), would give a useful cross-check on PBOC's FX sales net of valuation effects, in our view. This data shows the amount of PBOC's FX assets at book value. Since June '16, this data suggests that the monthly average of PBOC's FX sales was about $25bn more than implied by headline FX reserves data after adjusting for our estimates of the valuation effect (the gap partly reflects uncertainty of valuation effects).

Separately, in terms of outflow drivers, we do not yet have full information to update our measure of their relative importance for Q3 '16 (we still await more data on Chinese corporates' FX debt). But in absolute terms, Chinese residents accelerated their purchase of foreign assets, on our estimates based on Balance of Payments data. This factor was the most important outflow driver in recent quarters, and the absolute scale rose to about $273bn in Q3 (vs. $161bn in Q2, and $160bn quarterly average for the 4 quarters since Q3 '15). In particular, "other investment" (including loans, deposits, trade credit, etc.) and "net errors and omissions" (e.g., see here on how NEO might be related to hidden resident outflows) showed a meaningful increase in Q3. The rise in NEO to the highest (most negative) level on record to -$74bn was followed by the recent PBOC announcement of intensified scrutiny of even domestic money transfers starting July this year in an effort to clamp down on money laundering. Foreigners' purchase of RMB assets remained a net inflow in Q3 at $46bn, similar to Q2 (see here for the methodology of our estimation; and here and here for our estimates for earlier quarters).

Nos EUA as agências de inteligência (FBI, CIA e NSA) divulgaram um relatório oficial em que acusam o governo da Rússia e, em especial, Vladimir Putin, de ter agido para manipular as eleições presidências do país em favor de Donald Trump. Trump, que tomará posse em menos de 15 dias, é mais alinhado com a Rússia, o que tende a suavizar este ruído. Contudo, o relatório parece bastante duro em torno da questão.

Eu continuo vendo uma economia dos EUA relativamente saudável. A principal consequência disso será juros mais elevados estruturalmente ao longo dos próximos meses e anos. Acredito que o governo de Trump conseguirá implementar uma plataforma econômica que não será extrema, mas será marcada por incentivos fiscais e mais protecionismo. Sem extremos, mas com viés nessas direções. Na minha visão, os ativos de risco precificaram, por ora, apenas os vetores positivos de sua plataforma econômica, e estão ignorando os riscos de medidas protecionistas e de uma postura mais dura e arrogante em outros temas.

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