Reservas Internacionais da China / EUA vs Rússia.
O fluxo de notícias para Brasil continua esvaziado, com o recesso do Congresso. O próximo evento local relevante será a reunião do Copom nesta semana. No campo fiscal, a crise dos Estados ainda não tem uma solução concreta. Do ponto de vista social, mas sem impacto para os mercados financeiros locais, a crise nos presídios é mais um obstáculo a ser administrado por Temer e Cia.
No cenário externo, dois vetores merecem menção neste final de semana. Primeiro, na China, as reservas internacionais de dezembro apresentaram queda de US$41bi. O número é em linha com as expectativas, mas alguns analistas (vide abaixo comentário da Goldman Sachs) acreditam que os fluxos de saída do país sejam muito superiores àqueles que vem sendo anunciados pelo governo.
De maneiro geral, a queda das reservas mostra que ainda existe uma consistente pressão para a depreciação da moeda local. O governo está atuando de maneira a suavizar está tendência, mas os fundamentos apontam para a necessidade de um câmbio mais depreciado no país. Por ora, o cenário central ainda é de uma depreciação gradual e controlada da moeda, mas existe o risco de um processo de ruptura caso a administração deste problema encontre obstáculos ainda maiores à frente.
Segundo a Goldman Sachs:
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Nos EUA as agências de inteligência (FBI, CIA e NSA) divulgaram um relatório oficial em que acusam o governo da Rússia e, em especial, Vladimir Putin, de ter agido para manipular as eleições presidências do país em favor de Donald Trump. Trump, que tomará posse em menos de 15 dias, é mais alinhado com a Rússia, o que tende a suavizar este ruído. Contudo, o relatório parece bastante duro em torno da questão.
Eu continuo vendo uma economia dos EUA relativamente saudável. A principal consequência disso será juros mais elevados estruturalmente ao longo dos próximos meses e anos. Acredito que o governo de Trump conseguirá implementar uma plataforma econômica que não será extrema, mas será marcada por incentivos fiscais e mais protecionismo. Sem extremos, mas com viés nessas direções. Na minha visão, os ativos de risco precificaram, por ora, apenas os vetores positivos de sua plataforma econômica, e estão ignorando os riscos de medidas protecionistas e de uma postura mais dura e arrogante em outros temas.
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