Risk-Off.
Os
ativos de risco estão apresentando mais um movimento de leve “risk-off” esta
manhã, com as bolsas e as commodities em queda, o USD fraco e um fechamento de
taxa de juros no mundo desenvolvido.
Eu
reafirmo minha visão exposta neste fórum na manhã de ontem. Vejo espaço para uma correção dos ativos de
risco, com um “risk-off” clássico mais acentuado no curto-prazo. O argumento
fica por conta da posição técnica e da ausência de uma precificação dos riscos
do Brexit, de uma política externa mais dura por parte de Trump nos EUA, sem
contar uma possível desaceleração da economia da China.
Até o momento, todos esses vetores
vinham sendo ignorados pelos investidores. As recentes sinalizações vindas da
Inglaterra, EUA e China apontam nestas direções (Hard Brexit, protecionismo nos
EUA e tolerância a um crescimento mais baixo no China) o que deveria ser melhor
precificado pelos ativos de risco.
Está
manha, ganharam as manchetes às declarações de que Trump não seria um grande fã
de um “Border Tax”, mas sim de um sistema mais simples de taxação as
importações, o que está ajudando a dar ímpeto à correção do USD no mundo. Eu
entendo a dinâmica do mercado e vejo espaço, principalmente devido a posição
técnica, para a continuidade desta realização de lucros no dólar no
curto-prazo.
Contudo,
a visão de um dólar mais forte no mundo sempre foi mais baseada no fechamento
do hiato do produto dos EUA do que na atuação de Trump. As declarações de Trump,
e sua política econômica, foram apenas um indutor para que o movimento de
fortalecimento do dólar fosse mais rápido e acentuado no final de 2016. Assim,
me preocuparia mais com uma mudança de cenário econômico, do que com
declarações pontuais de Trump a respeito do tema. De qualquer maneira, a
dinâmica do mercado mostra uma posição técnica fragilizada neste aspecto.
No
Brasil, o BCB anunciou que irá rolar os swaps cambiais vincendo deste mês até o
final de janeiro. A decisão mostra que não há pressa na redução do estoque
atual de swaps (em torno de US$26bi) e existe a disposição em evitar a
volatilidade excessiva da moeda.
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