Dados econômicos reforçam o cenário base.
Os dados de emprego de
dezembro, nos EUA, podem ser classificados como saudáveis. Observamos mais um mês
de criação de vagas de trabalho (156 mil vagas, com revisão altista de 17 mil
vagas nos meses anteriores), uma taxa de desemprego baixa (4,7%) e um aumento
de 0,4% MoM no Average Hourly Earnings.
Os números de hoje são
condizentes com a continuidade do processo de alta de juros nos país. Acredito
que as 2 altas de 25bps precificadas hoje pelo mercado para 2017 e as menos de
4 altas de 25bps até 2018 devem ser um piso para o ciclo efetivo que deverá ser
implementado pelo Fed. Vale lembrar que as próprias expectativas do Fed já
estão acima deste patamar.
Os números de hoje
apenas reforçam a minha visão de uma taxa de juros estruturalmente mais elevada
nos EUA, que deverá dar suporte ao USD ao redor do mundo. O quadro técnico e a
postura da China parecem estar impedindo o mercado de migrar nesta direção no
começo do ano, o que requer cautela, mas o cenário econômico se mostra cada vez
mais consolidado. Assim, o curto-prazo pode até mesmo se mostrar um período
positivo de ajuste de posições, antes de uma nova precificação do cenário que
tenho desenhado neste fórum.
No Brasil, o BRL voltou
a operar em linha com as demais moedas globais, após mais de um mês de
performance descolada do resto do mundo. Continuo vendo um cenário saudável
para as contas externas do país, mas um ambiente propício para o dólar forte no
mundo. Assim, continuo vendo a moeda local operando em ranges ao longo do ano.
No mercado de juros, a
decisão do Copom de janeiro será determinante para a curva. Continuo a ver
espaço para uma queda estrutural dos juros no país, mas com a curva curta
precificando 4 quedas de 60bps nas próximas 4 reuniões do Copom, uma queda de
50bps em janeiro poderá frustrar o mercado.
Em termos de posição
técnica, como comentei nos últimos dias, vejo um mercado apenas moderadamente
aplicado em juros locais e levemente vendido em BRL. No mundo, as posições em
USD ainda me parecem mistas, mas as posições especulativas tomadas em taxas nos
EUA continuam elevadas para o histórico recente.
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