A espera do Payroll / Volatilidade na China continua elevada.

Os ativos de risco operam próximos a estabilidade, na espera da divulgação dos dados de emprego nos EUA. Acredito que o mercado apresentará uma reação clássica aos dados que serão divulgados hoje. Um conjunto de números robustos (Payroll, Taxa de Desemprego e AHE) deverá levar a uma abertura de taxa de juros nos EUA, que deveria dar suporte ao dólar no mundo, retomando o movimento de “reflation” que foi regra no final do ano passado. Números mais fracos, contudo, podem manter a dinâmica recente, em que a posição técnica está ajudando os movimentos de fechamento de taxas de juros nos EUA e, consequentemente, queda do dólar. Um conjunto de Payroll fraco, com AHE mais fortes, torna a reação do mercado menos trivial, mas tendo a acreditar que seja um cenário ruim para o lucro das empresas e, consequentemente, para a bolsa norte americana.

A moeda da China continua a trazer volatilidade ao mercado. Hoje foi um dia de forte desvalorizaçãos dos fowards de CNY e CNH, após 3 dias de acentuada apreciação da moeda. O movimento está dando um leve suporte ao dólar no mundo neste momento.

No Brasil, os ativos de risco devem seguir o humor externo e as especulações em torno do movimento que será feito pelo BCB na próxima reunião do Copom. Os jornais de hoje não trazem nenhuma notícia muito bombástica. Apenas um artigo no O Globo afirmando que Rodrigo Maia poderá suavizar parte da proposta da Reforma da Previdência. Acredito que a negociação em torno da Reforma seja esperada e mudanças certamente acontecerão. O importante, contudo, é que a essência do texto seja mantida.

Fora isso, a fotografia da situação fiscal do país ainda é preocupante, a despeito das expectativas positiva para frente. O Governo federal está travando uma batalha contra os Estados em relação a liberação de verbas, em um problema ainda longe de uma solução definitiva. Já é sabido que para o cumprimento da meta fiscal de 2017 será necessário alguma receita extraordinária. Ontem, o governo anunciou um novo REFIS, além de mais uma rodada da repatriação estar na pauta.

Apesar de pouco comentado, ontem umas das empresas da Triunfo anunciou um default de parte de sua dívida, em mais um desenvolvimento que mostra a situação preocupante do mercado local de crédito e de alguns setores da economia. Não me parece haver motivos para um contágio maior, mas problemas pontuais e específicos devem continuar a ocorrer ao longo dos próximos meses, mostrando que a recuperação da economia será extremamente lenta e gradual.





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