Brasil Update.
O dia foi de feriado
nos EUA, o que manteve a liquidez prejudicada e a volatilidade dos ativos de
risco contida.
No Brasil, o dia foi de
desempenho negativo do BRL. A performance de 1 dia, especialmente hoje, é de
difícil leitura. Contudo, vale a pena lembrar que a moeda local apresentou
desempenho relativo muito melhor do que os seus pares no final de 2016. Parte
deste movimento pode ser explicado por algum (ou alguns) fluxo pontual. O
desempenho de hoje pode ser um sinal de que este fluxo tenha se esgotado, mas
ainda é cedo para fazer esta afirmação. Eu vejo duas forças opostas no mercado
de câmbio. Por um lado, as contas externas continuam tranquilas e com
financiamento farto, o que garante um cenário positivo para o BRL. Por outro
lado, eu vejo um movimento mais estrutural de fortalecimento do dólar no mundo,
o que atua na direção contrário de apreciação do BRL. Net/net, vejo a moeda
local em um mercado de range, com
ganhos muito táticos e pontuais.
O mercado de juros
manteve uma trajetória de fechamento de taxas, ajudado por um técnico positivo
e por um cenário cada vez mais claro de juros estruturalmente mais baixos no
país. No curto-prazo, contudo, começo a ver o valuation da parte curta da curva
como um problema para a manutenção desta tendência positiva. Caso o BCB não
caia a taxa Selic em 75bps no próximo Copom e/ou sinaliza para uma queda desta
ou de maior magnitude à frente, poderemos sofrer alguma realização de lucros. O
cenário base continua a ser de juros mais baixos no Brasil.
A curva curta precifica
cerca de 3 quedas de 60bps e 1 queda de 55bps nas próximas 4 reuniões do Copom.
Olhando de outra forma, podemos inferir que a curva já embute quedas
consecutivas de 50bps em todas as reuniões de 2017. O FRA de 2017 encontra-se
em 11,45% e o de 2018 em 10,49%. Ainda existem prêmios na curva, mas cada vez
menores, exceto em um cenário de aceleração do ciclo de queda da taxa Selic. Os
prêmios estão se concentrando, cada vez, nos vértices mais longos, o que indica
a manutenção de uma trajetória de flattening
da curva, na ausência de quedas superiores a 50bps em cada reunião. Em suma, a
tendência clara é de fechamento de taxas de juros, mas os níveis já não me
parecem tão óbvios como anteriormente.
O começo do ano foi de
realização de lucros no mercado de renda variável, após um final de ano
positivo. O Ibovespa está se sustentando em torno de 60 mil pontos. Vejo valor
em alguns setores e empresas específicas, mas tenho receio do mercado de
commodities, devido a meu cenário mais cauteloso com China no curto-prazo.
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