Weekend News – Trump vai à “Guerra”!


O final de semana está se aproximando de seu fim de maneira bastante agitada. Trump parece ter retomado sua “Guerra Comercial” contra a China. Segue abaixo os principais temas e seus eventuais impactos nos mercados:

Sem a menor sobra de dúvida o evento mais relevante das últimas horas ficou por conta do Tweet de Trump, dizendo que irá manter as tarifas de importação impostas à China. Além disso, deve manter o cronograma para elevar as tarifas em mais uma enxurrada de produtos chineses no final da semana que se inicia.

Segundo Trump, as tarifas explicam parte do bom momento da economia dos EUA. A China estaria lenta de mais nas negociações e demandando retornar em temas que já haviam sido acordados, segundo o presidente dos EUA.



O mercado vinha precificando um acordo entre os dois países (e em breve). Esta notícia pega o mercado desprevenido e deve gerar volatilidade e incerteza ao preço dos ativos de risco, pelo menos no curto-prazo.

Vale lembrar que parte relevante da estabilização dos ativos de risco desde a segunda metade de dezembro do ano passado se deveu a mudança de postura dos bancos centrais das economias desenvolvidas, além dos sinais de um possível acordo entre EUA e China. Este tipo de sinal por parte de Trump retira um pilar relevante de sustentação dos mercados.

Trump já havia adotado postura semelhante no caso da Coréia do Norte. Este tipo de relação traz uma incerteza ao cenário que não costuma ser bem digerida pelos investidores. Acredito que isso seja uma estratégia de negociação, mas que não necessariamente um acordo ainda não possa ser acertado. De qualquer forma, espero volatilidade nos próximos dias.

Eu já vinha recomendando uma postura mais cautelosa e a busca por proteções e hedges nos mercados internacionais. Este evento apenas reforça que estamos em um ambiente ainda hostil e incerto, a despeito da aparente tranquilidade transmitida pelos ativos de risco globais. Reforço que ainda não vejo uma mudança clara de tendência dos mercados. Vejo, contudo, um ambiente de risco/retorno pouco atrativo, em que situações como essa podem trazer perdas rápidas e inesperadas.

Já comentei neste fórum ideias como: Compra de JPY e CHF, puts de EUR, posições tomadas em spreads de Itália e Espanha, além de puts de S&P como proteções aos portfólios externos.

Ainda no cenário internacional, a Coreia do Norte promoveu mais um teste balístico, após as negociações com os EUA falharem. Acredito que isso, por si só, a despeito de trazer uma situação geopolítica mais delicada na região, deve trazer pouco impacto aos mercados.

A mesma conclusão vale para os eventos no Oriente Médio, entre Israel e Gaza. São questões geopolítica relevantes. São tragédias pessoais para a população local, mas pouco devem afetar os mercados. O canal de contágio, neste caso, poderia ser no preço do petróleo, caso haja o envolvimento de algum outro país da região – o que não é o caso neste momento.

No Brasil, há sinais de melhora adicional no relacionamento do governo com o Congresso, e melhora no relacionamento entre o Presidente e Rodrigo Maia. Estes são sinais positivos para a agenda de reformas econômicas. Na nossa carta mensal já tratamos do tema de “Curva de Aprendizado”. Mantenho meu otimismo (ou talvez esperança) de que uma reforma da previdência saudável e uma agenda econômica liberal será capaz de destravar, pelo menos o mínimo possível, o potencial econômico do país.

Os mercados locais podem ficar a mercê do cenário internacional no curto-prazo, mas se nossa agenda avançar, podemos ver algum descolamento positivo em favor dos ativos do Brasil ao longo do ano. Gosto do mercado de renda variável – alguns setores específicos – gosto de NTN-Bs. Não gosto de juros nominais. Apesar de acreditar que o nível do câmbio esteja errado (o Real deveria estar mais apreciado) tenho tido dificuldades de acertar sua direção em um ambiente de dólar forte no mundo e algumas incertezas locais ainda prevalecendo.



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