Daily News – Aversão a Risco! Mantenham os cintos apertados.
Os
ativos de risco estão abrindo o dia sob forte pressão negativa, após Trump
afirmar que a China quebrou o acordo e irá pagar por isso. O movimento é uma
aversão a risco clássica, com queda das bolsas e das commodities, alta do ouro,
dólar forte, pressão nos ativos emergentes e fechamento de taxa de juros nos
países desenvolvidos. Vejam mais detalhes do farto noticiário de hoje e seus
possíveis impactos nos mercados:
Vale a pena
citar que ontem foi um dos raros dias que os ativos no Brasil foram capazes de apresentar desempenho relativo mais
positivo do que a dinâmica internacional. Isso foi possível devido a melhora no
cenário político e ao aumento das expectativas de um avanço mais concreto na Reforma
da Previdência. O resultado da Petrobrás e a alta de quase 4% na ação também
ajudaram o movimento.
Seguindo
no Brasil, o Copom manteve a Taxa
Selic estável em 6,5% como era amplamente esperado. O Comitê promoveu mudanças
apenas marginais em seu comunicado. Alguns viram a mudança como um sinal mais “dovish”.
Eu vejo a mudança apenas como uma “marcação ao mercado” em relação ao cenário.
Muitos voltam a falar em possibilidade de corte de juros. Eu espero Taxa Selic
estável no horizonte relevante de tempo.
Espero que os ativos de risco continuem com elevada
volatilidade até que tenhamos uma definição das negociações entre EUA e China.
Isso deve ocorrer até o final de semana. Na ausência de um acordo, vejo espaço
para uma queda adicional de 5% a 10% no S&P – pegando-o como base de exemplo – com os demais ativos de
risco seguindo a mesma toada negativa.
Acredito
que exista espaço para diferenciação dos ativos do Brasil ao longo do tempo e
caso (somente caso) a Reforma da Previdência seja aprovada e a agenda liberal
seja colocada em prática. No curto-prazo, se a realização de lucros
internacional for muito agressiva, os ativos locais deverão seguir na mesma
direção.
Continuo recomendando proteções e hedges maiores.
Gosto do JPY, Ouro, Spreds de Itália e Espanha, puts de S&P e vol de
EUR.
Nesta
linha, vale comentar para a deterioração do spread de Itália recentemente, mas ainda longe de seus picos:
Na Coreia do Sul, o Kospi (bolsa do país)
já chega próximo a seus pisos atingidos em dezembro. Além da Guerra Comercial,
tivemos mais um teste balístico da Coreia do Norte esta noite:
Os
números de produção industrial na Espanha (vide abaixo) voltaram a decepcionar.
O crescimento em toda a Europa
continua frágil e sem sinais concretos de estabilização mais permanente.
Continuo vendo a região em situação delicada e como um grande risco ao cenário
econômico global.
- Spain Industrial Output (Y/Y) Mar: 0.1% (est
0.8%, prev 1.5%)
- Spain Industrial
Output NSA (Y/Y) Mar: -0.1% (prevR 0.1%)
Na China, os dados de crédito apresentaram
desaceleração em abril, após forte alta em março. O movimento me parece natural.
Dado a mudança repentina de cenário nos últimos dias, não podemos descartar uma
re-aceleração deste vetor da economia, com o governo buscando estabilizar o
crescimento. A inflação apresentou alta, mas quase que totalmente explicada por
Alimentação e, em especial, a alta no preço dos Porcos/Suínos devido a Gripe Suína
que aflige o país. A inflação ainda não é um problema no país.
Finalmente,
existem ainda mais evidências, olhando nas entrelinhas dos dados econômicos, de
uma desaceleração do crescimento global. Abaixo, podemos observar a demanda
pelo mercado de semicondutores, um excelente termômetro do crescimento global:
Fontes: Bloomberg
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