Daily News – China: Sinais preocupantes de crescimento.


Os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade este momento, a despeito dos dados econômicos de abri, na China, terem ficado muito abaixo das expectativas.

Os índices de bolsa chineses, surpreendentemente, continuam operando em forte alta, em uma dinâmica que me faz pensar que está havendo forte intervenção governamental no mercado com o intuito de evitar quedas mais acentuadas em meio a Guerra Comercial.

Os dados de atividade econômica de abril ficaram abaixo das expectativas e mostraram uma economia ainda fragilizada, cuja estabilização do crescimento se mostrou apenas pontual. É verdade que há sinais parcos de estabilização – ou até recuperação – em alguns setores, como o setor de construção, mas estes são os mais influenciados por medidas pontuais de estímulo.



Continuo vendo a situação da China de maneira preocupante e delicada, como um dos principais riscos à economia mundial e aos mercados financeiros globais. Entendo que o governo deve anunciar novas medidas de estímulo em breve. Compreendo que existem instrumentos suficientes disponíveis para lidar com uma eventual desaceleração adicional da economia.


Fonte: Goldman Sachs

Contudo, entendo que estamos em uma fase avançada do ciclo econômico mundial, que a alavancagem e o endividamento chinês atingiram níveis excessivamente elevados e que isso posa ter reduzido o poder de manobra dos instrumentos disponíveis atualmente. Tenho enorme receio de que possamos estar diante de um novo quadro, em que a desaceleração da China seja mais estrutural e, principalmente, possa ser mais acentuada em algum momento do tempo, mesmo que isso seja apenas por um período curto. Se isso for verdade, o impacto sobre os mercados globais poderá ser relevante.

No Brasil, após um breve período de aparente avanço na articulação política, estamos vendo novamente um quadro de ampla dificuldade de articulação do governo no Congresso. O cenário ainda se mostra um tanto quanto desafiador.

Ontem a Ata do Copom, na minha visão, deixarou claro que não há intenção do BCB em promover cortes adicionais da Taxa Selic, pelo menos no horizonte relevante de tempo. Segundo a Ata, o baixo crescimento é consequência não apenas da política monetária, mas de fatores estruturais que transcendem o poder de manobra do BCB. Na minha opinião, a sinalização do BCB foi de que não irá cortar os juros “apenas” para conter uma desaceleração da economia caso a visão seja de que fatores superiores a política monetária estejam impactando o crescimento do país. Sigo esperando juros baixos por mais tempo no país.

Ainda no Brasil, o indicador da indústria de serviços apresentou alta inferior as expetativas do mercado, confirmando um quadro de crescimento baixo e frágil. Continuamos a ver surpresas negativas de crescimento e o mercado continua migrando para uma expectativa de PIB este ano mais próxima de 1% em detrimento os 2% que vigorava até poucas semanas atrás.




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