Weekend News - Brasil: Reforma da Previdência.
O final da semana passada trouxe dois temas de relevância para os mercados, que foram aprofundados no final de semana.
No Brasil, destaque para a sinalização de que o Congresso irá apresentar a sua proposta da Reforma da Previdência, com algumas alterações ao texto original proposto pelo Governo, mas mantendo a estrutura e a economia da proposta original.
A despeito dos ruídos e da visão aparentemente negativa do mercado no final da semana passada, eu vejo este caminho como positivo. Na verdade, eu vejo hoje uma disputa pela "paternidade" da Reforma da Previdência e da agenda econômica. Me parece cada vez mais claro que o Congresso tem noção da importância das reformas para o país, mas não quer entregar "de bandeja" medidas que devem ser vistas como positivas pela sociedade no "colo" do Governo Bolsonaro, que insiste em adotar uma postura de não negociar com o Congresso (não é tema deste texto ou deste fórum fazer juízo de valor de quem está certo ou errado nesse quesito, apenas entender os desdobramentos para a economia do país e os ativos locais).
Assim, acredito que precisamos tirar um pouco o foco dos ruídos de comunicação deste Governo e todos os erros cometidos nas agendas que transcendem a agenda econômica. Se o Congresso conseguir manter uma agenda própria, mesmo que com algumas alterações nas propostas, poderemos manter o país na rota do progresso.
Entendo que a alta recente do dólar esteja em grande parte atrelada a alta global da moeda dos EUA. Apenas uma parte menos relevante é explicada pelo cenário interno. Contudo, caso haja um avanço da agenda econômica, espero alguma descompressão no câmbio.
A queda recente da Bolsa criou oportunidades de alocação (escrevi um pouco sobre isso semana passada: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/05/artigo-fundo-tag-pi-e-como-se.html). Vejo espaço para um bom desempenho desta classe de ativos nos próximos meses, mas com uma volatilidade elevada e grande diferenciação entre setores e ações.
Acredito que a Taxa Selic permanecerá estável no horizonte relevante de tempo. Não gosto do risco/retorno da curva curta de juros, mas vejo algum prêmio de carrego e eventual ganho de capital nos vértices mais longos.
No cenário internacional, os EUA anunciou um acordo comercial com o México e o Canadá em torno das tarifas de importação. Além disso, eles estenderam o prazo para as tarifas sobre os automóveis, negociadas com a Europa, em especial.
Essas medidas são positivas por um lado, mas negativas por outro lado. Acredito que Trump não queria "guerrear" em várias batalhas ao mesmo tempo. Essas medidas visam angariar aliados e concentrar esforços para a Guerra Comercial com a China. Assim, sigo acreditando que está será uma longa batalha e que, o mais provável, seja de que precise de uma piora adicional da economia ou dos mercados antes de um acordo definitivo ou concreto.
Gostei da analise
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