Daily News – Crescimento em foco!
Os
ativos de risco tiveram uma quinta-feira de tom negativo, com mais uma rodada
de queda das bolsas e das commodities, com pressão sobre os ativos emergentes e
abertura de taxa de juros nos EUA. Comentei sobre esta possibilidade logo após a
decisão do Fed e as sinalizações de Powell na quarta-feira (vide links
anteriores). Hoje pela manhã, estamos vendo uma recuperação do humor global a
risco, mas com alguns sinais de cautela ainda presentes. Vamos aos principais
assuntos dessa manhã e seus impactos no mercado:
A
agenda do dia terá como destaque os dados de emprego de abril nos EUA. O ADP Employment apresentou forte
alta no mês passado, criando expectativas altistas para o número do Payroll de
hoje. O Jobless Claims, contudo, saiu recentemente de um nível abaixo de 200
mil praa cerca de 230 mil estabilizando-se neste patamar. São sinais
contrários, mas que ainda apontam para um mercado de trabalho robusto e
saudável.
Acredito
que o cenário base seja de um número “Goldilocks” em torno de 200 mil postos de
trabalho criados. Todas as atenções estarão voltadas para o indicador de
rendimentos – que pode ser um precedente para pressões inflacionárias. Qualquer
combinação de número muito fora das expectativas pode trazer nova volatilidade
aos ativos de risco.
No Brasil, o destaque ficará para a Produção
Industrial de março, cujas expectativas são de queda de 0,7% MoM e -4,6% YoY. O
crescimento fraco ainda é um dos principais riscos à economia do Brasil na
atual conjuntura.
Falando
em crescimento, os sinais em torna da economia global ainda preocupam, a
despeito de alguma estabilização em algumas regiões do mundo. O Global
Manufacturing PMI coletado pelo JP Morgan mostram esse pano de fundo de maneira
mais clara (vide gráfico abaixo)
*April Global #Manufacturing PMI:
50.3 v 50.5 prior (lowest since June 2016)
*Business optimism dipped slightly and remained among the weakest
signalled since data on sentiment were first compiled in July 2012
(fourth-lowest overall).
Interessante
notar a correlação do Global PMI com o mercado de commodities. A queda recente
das commodities, em especial do complexo de metálicas e do petróleo, não é um
bom sinal para a saúde da economia mundial.
Finalmente,
vale atualizar o cenário para os resutados corporativos nos EUA. Vemos que há
uma recuperação de resultados, mas o crescimento das vendas ainda é parco. Em
um mundo em desaceleração, com valuations esticados, me parece difícil justificar
a continuidade de um processo de apreciação “ad-infinitum” das bolsas dos EUA. O “stock picking”, e a escolha
dos gestores corretos nas alocações externas, será cada vez mais relevant.
Fonte:
Bloomberg / JP Morgan
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