Daily News – Aversão a Risco!


Os ativos de risco estão abrindo a semana sobre forte pressão, após os sinais emitidos por Trump ontem em relação a “Guerra Comercial” entre EUA e China (comentado neste fórum em post anterior). Os índices de bolsa da Chin caíram entre 3% e 6%, levando consigo todos os ativos de risco.



Fonte: Bloomberg

A partir de agora precisaremos acompanhar se a delegação da China irá manter sua viagem aos EUA (anteriormente agendada para esta semana) para que o acordo comercial avance, ou se cancelarão sua viagem. As informações neste momento são imprecisas sobre este evento.

Caso as próximas reuniões sejam canceladas, as chances de um acordo no curto-prazo serão remotas. Neste caso, os ativos de risco devem apresentar uma piora adicional ao que estamos vendo neste momento.

Acredito que esta seja uma estratégia de negociação de Trump, mas que não será muito bem digerida pela cultura chinesa. Na minha visão, Trump foi levado pela melhora das bolsas e a aparente robustez da economia dos EUA. Acho que para o acordo avançar, agora, a situação deverá ficar pior antes de melhorar. Claramente Trump está sendo levado pelos preços de mercado e pela sensação térmica da economia corrente dos EUA.

A China já anunciou durante a noite um corte de compulsório (RRR), pontual e localizado, visando destravar RMB 280bi. A medida é positiva, mas insuficiente para conter qualquer contágio mais agressivo caso as tarifas de importação sejam estendidas. Há rumores no mercado de que o governo tenha começado um “projeto” para estabilizar as bolsas do país no final do dia na Ásia.

Segundo a mídia, os EUA estariam enviando um porta aviões para a região do Oriente Médio para conter os avanços do Irã. Certamente não é uma notícia que ajuda em um dia como hoje, mas em separado, só deveriam – no curto-prazo – afetar o preço do petróleo. Em uma segunda-feira tensa, ajuda a dar um tom de aversão a risco.

Vale colocar aqui mais uma surpresa negativa na Europa. Destaque vez, foi o PMI na Espanha que apresentou queda muito acima das expectativas. Ainda vejo a região como uma das principais fontes de incerteza e risco para a economia global.



Fonte: Bloomberg

Não há novidades relevantes no Brasil. Os ativos locais devem ficar a mercê do humor global a risco. Não conseguiremos nos diferenciar – ou blindar nossos ativos – na ausência do avanço concreto da agenda de reformas econômicas. Assim, movimentos de aversão a risco devem ser sentidos igualmente pelos ativos locais.

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