Daily News – Emprego no Brasil, Venezuela e Fed.
Os ativos
de risco apresentaram ontem mais um dia de desempenho positivo. Destaque para
os dados de crescimento global, que apresentaram sinais de estabilização do crescimento
nas regiões mais críticas do mundo (Europa, em especial). No final do dia, o
resultado da Apple acabou
impulsionando os índices futuros das bolsas dos EUA, que estão ajudando o humor
global a risco esta manhã. Os ativos no Brasil continuam mostrando uma performance
relativa pior do que os seus pares globais, muito em função de dados de
crescimento mais fracos e da incerteza na agenda de reformas econômicas. Vamos aos
principais temas das últimas 24 horas (vide abaixo).
A
agenda do dia terá feriado no Brasil. Destaque para o ISM Manufacturing, ADP e
decisão do FOMC nos EUA.
No Brasil, os dados do mercado de trabalho
de março apresentaram recuperação, mas ainda de maneira apenas lenta e gradual.
Vemos uma recuperação do emprego e dos rendimentos médios reais. A velocidade da
recuperação ainda é decepcionante, mas a direção é positiva. Espero
continuidade deste processo, mas não tenho a ilusão de uma aceleração mais
acentuada na curva de recuperação.
Os
eventos na Venezuela são
extremamente graves, mas a tentativa de tomada de poder por parte da oposição
falhou. A economia do país apresenta poucos laços com o Brasil e o resto do
mundo. A despeito da triste situação da sociedade e de sua economia, vejo pouco
impacto econômico para o Brasil.
Nos EUA, a terça-feira trouxe um fraco
Chicago PMI, mas um forte Consumer Confidence. A alta do segundo é muito em
função da alta da bolsa, o primeiro mostra um arrefecimento da economia real.
Vejo uma economia ainda saudável mas com sinais de arrefecimento. Ainda vejo os
EUA em um estágio avançado do ciclo econômico, mas não em seu estágio final,
por ora.
O Fed hoje deve manter sua política
monetária estável. O banco central americano está diante de um desafio em que a
economia ainda se mostra saudável, mas a inflação muito abaixo de sua meta e com
sinais de desaceleração. Não podemos descartar o aumento da pressão para um
corte de juros. Acredito que o cenário base – e o certo a ser feito neste
momento – seja manter a política monetária estável no horizonte relevante de
tempo.
Mantenho
minha visão de um “interregno benigno” em que o pano de fundo de “Goldilocks”
predomina. Amanhã soltaremos nossa carta mensal, que irá abordar os temas de
maneira mais completa e profunda.
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