Daily News – Aversão a risco. Revendo alocações e portfólios.
Os ativos de risco estão abrindo a quarta-feira sob forte
pressão, com os futuros de S&P500 rompendo o patamar psicológico de 2.800
pontos.
Ontem já tivemos um dia negativo para os mercados
internacionais, a despeito do bom desempenho do mercado local. Comentei sobre
essa possibilidade aqui: https://www.youtube.com/watch?v=RDpiFx4yw3c.
No cenário
local, fica o destaque para a reaproximação do Governo com o Congresso, ou pelo
menos uma tentativa de avançar em uma agenda única e produtiva para o país. Os
jornais de hoje estão refletindo essa aproximação aqui https://www.valor.com.br/politica/6279971/governo-anuncia-pacto-com-legislativo-e-judiciario-por-agenda
e aqui https://www.valor.com.br/politica/6279979/maia-e-guedes-articulam-pauta-de-corte-de-gastos.
A terça-feira
foi de forte alta da bolsa, forte fechamento de taxas de juros e queda do
dólar. Vejo como positivos esses avanços citados acima e acredito na
possibilidade do bom desempenho dos ativos do país no médio-prazo.
Neste momento
gosto bastante do mercado de juros, na parte intermediária e longa da curva de
NTN-B. Acredito que em um mundo em desaceleração, que não “aguentou” um juros
nos EUA de 2,5%, em um ambiente interno de inflação controlada e crescimento
baixo, com possibilidade de reformas estruturais, os juros reais da economia
podem ser muito mais baixos do que aqueles embutidos nas taxas as NTN-Bs atualmente.
Em segundo lugar
gosto do mercado de renda variável, por acreditar que existe a possibilidade de
diversas empresas apresentarem crescimento de lucro entre 15% e 20% no longo-prazo,
trazendo um carrego positivo ao mercado em um ambiente de Taxa Selic a 6,5%.
Por último, não
tenho visão para o câmbio, que dependerá de fluxos pontuais e vetores externo.
Contudo, sigo
bastante preocupado com o cenário internacional e isso pode vir a afetar a
dinâmica dos ativos locais, dependendo do tamanho da eventual crise que atinja
o cenário.
Hoje pela manhã,
há rumores de que a China possa utilizar sua produção e exportação de “Terras
Raras” (Rare Earth) como moeda de troca na Guerra Comercial (aqui: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-05-29/china-gears-up-to-weaponize-rare-earths-dominance-in-trade-war?srnd=premium)
Vejo um mundo
que desacelera desde meados de 2018, sem sinais de estabilização. Vejo o mundo
em um estágio avançado do ciclo econômico cuja Guerra Comercial pode acelerar a
acentuar o movimento de chegada no fim do ciclo.
Nestes momentos,
os dados ficam mais erráticos e os mercados financeiros mais voláteis e sem
tendências claras. Vejo que EUA e China se preparam para uma “longa batalha”.
Acredito que uma piora mais acentuada dos preços dos ativos financeiros ou da
economia pode levar a uma mudança de postura de ambos os países, mas talvez a
situação tenha que piorar antes de melhorar.
Há algum tempo
tenho insistido em um portfólio mais defensivo internacionalmente e com a
utilização maciça de proteções e hedges, tais como: Vendas de S&P (ou compra
de puts), Compra de JPY e Ouro, posições tomadas em spreads de Itália e Espanha
contra Bunds da Alemanha e Compra de puts de EUR.
Em termos de
portfólio, favoreço renda fixa em detrimento a renda variável, com foco em
títulos soberanos, talvez com alguma duration, e o afastamento de títulos
privados de maior risco.
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