Daily News – Aversão a Risco! Crescimento na Europa é um risco crescente.
Os
ativos de risco estão abrindo o dia sob pressão, com movimentos clássicos de
aversão a risco.
Na
minha visão, o cenário externo é claro e simples de se explicar: A economia
global está em uma situação frágil e em um ambiente de desaceleração. A Guerra
Comercial tende a acelerar e acentuar este pano de fundo, que poderia ser
inevitável mesmo na ausência da batalha entre EUA e China.
Nesta
linha, os dados divulgados essa manhã na Europa
mostraram desaceleração adicional do crescimento, com queda do PMI
Manufacturing e Services na Área do Euro e na Alemanha, além de mais uma queda do IFO na Alemanha – importante indicador
de crescimento do país.
Alemanha - IFO
É
verdade que parece haver uma redução da velocidade de queda, mas já em patamar
deprimido e condizente com um crescimento fraco, quiçá uma recessão na região.
Tenho insistido que um dos maiores (se não o
maior) risco à economia global é a situação da Europa, pelos sinais de fraqueza
do crescimento e pela ausência explícita de instrumentos convencionais de
política monetária para lidar com esta situação. Os números de hoje apenas
reforçam a minha visão.
Sigo bastante preocupado com o mundo e
recomendando posições mais defensivas e voltadas para renda fixa e proteções nos
portfólios internacionais.
No Brasil, o Congresso trabalhou nas
últimas horas para destravar a pauta de votações, o que é um sinal positivo. É verdade
que o COAF não voltou às mãos de Moro e permaneceu no Ministério da Economia,
mas me parece um desenvolvimento pequeno para o todo.
Ainda
teremos enormes ruídos provenientes do Congresso e do Governo, mas o avanço da
pauta no Congresso é um primeiro passo importante na agenda. A MP das companhias
aéreas foi votada, precisamos ficar de olho na MP do Saneamento. Sua aprovação
pode ser um sinal positivo no âmbito político. Caso a MP “caduque” será um
desdobramento mais negativo para a agenda de Reformas, porém não definitivo.
A
Reforma Tributária passou na CCJ (vide aqui: https://www.valor.com.br/politica/6271413/ccj-da-camara-libera-tramitacao-da-reforma-tributaria)
sem a participação do Governo. Este é o sinal mais claro de que o Congresso
busca uma agenda liberal de reformas, porém sem a participação maciça do
Governo.
Insisto que existe hoje uma “queda de braço” para a “paternidade” da
agenda econômica, pois o meio político se deu conta de sua importância para o país.
Para os mercados, pouco importa quem irá liderar este processo, contanto que
ele avance, que é o que está acontecendo nos últimos dias.
Continuo estruturalmente mais construtivo com o país e seus ativos. Entendo
que teremos volatilidade e ruídos. No curto-prazo, o cenário internacional pode
se sobrepor as questões internas, mas ainda gosto de um portfólio balanceado
com renda variável (com os gestores corretos), crédito HY e NTN-Bs nas
carteira.
Fonte: Bloomberg / The Market Ear
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