Daily News – Brasil: Avanços na pauta política.


Os ativos de risco estão abrindo o dia com alguma recuperação. O movimento me parece normal após alguns dias consecutivos de pressões negativas. Não vejo os movimentos de hoje como uma mudança clara de tendência mais negativa.

Na agenda do dia, destaque para o PIB no Brasil.

Os jornais internacionais continuam reportando uma mudança de postura por parte da China, com sinais mais agressivos e aparente tranquilidade em levar a Guerra Comercial a diante sem uma mudança clara de postura por parte dos EUA.


Ainda há sinais preocupantes nos mercados internacionais que não podem ser desprezados.




Acredito que teremos volatilidade, mas uma tendência negativa e de aversão a risco até que: (1) haja uma melhora na relação entre EUA e China, e/ou (2) os dados econômicos globais mostrem recuperação do crescimento e/ou (3) os preços cheguem a níveis de valuation mais atrativos com uma posição técnica do mercado mais favorável.

Não vejo, por ora, nenhum desses pontos sendo atingidos, por isso espero a continuidade de um cenário de incertezas e pressões, mesmo que com volatilidade e dias mais positivos no meio do caminho.

No Brasil, a pauta do Congresso começa a ser destravada. Ontem foi aprovada a MP 871. No final deste texto, reproduzo o comentário de Juliano Ferreira, Estrategista da BGC Partners, que resume melhor os avanços na agenda política de ontem.

Sigo mais construtivo com o cenário para o Brasil e seus ativos. Contudo, após a recuperação recente de preços, começo a recomendar a redução de posições mais táticas no mercado de juros e renda variável local, os ativos que tenho mais convicção e mais recomendações de compra. Ainda espero um bom desempenho estrutural desses ativos, mas o nível de preços e a posição técnica já não são mais as mesmas de alguns dias atrás.

Não espero uma mudança de tendência positiva, por ora, mas acho que a parcela mais tática pode ser reduzida, mantendo a posição mais estrutural inalterada. Continuo gostando de um portfólio balanceado, com renda variável, juros intermediários e longos e crédito HY nos portfólios domésticos.

Bottom line votação MP 871

O acordo entre Governo e Centrão, de onde brotou um texto um pouco diferente do original, foi cumprido quase na íntegra e isso deve ser notado como POSITIVO, tanto do ponto de vista reformista, quanto de articulação política.

Ainda que não dê p/ dizer que temos um governo “trator” (longe disso), é de salutar o fato de o executivo ter tido êxito em cumprir acordos e articular pela aprovação, ainda mais em um tema espinhoso.

Lembrem-se que MP é maioria simples e historicamente tem votações bem protocolares, carimbando o que vem do executivo. Não foi exatamente o que aconteceu. Essa atenção que tivemos no tema não deveria existir. O PSL ainda atrapalha e o MVH segue amador. 

Mas, sabemos que estamos em novos tempos, sem base via presidencialismo de coalizão. Êxitos mínimos nesse novo cenário precisam ser comemorados de alguma forma.

Serve de proxy p/ alguma PEC? Acho que não, mas serve p/ indicar que algum caminho está sendo construído. O sistema está se mostrando minimamente funcional. Colocaram graxa na engrenagem.

De proxy tiro mais a relevância de se construir um acordo para rejeitar destaques em plenário, que têm potencial devastador.

E ressalto outro ponto relevante: tão importante quanto o Governo ter mostrado que consegue cumprir acordos, foi o Centrão mostrar para o governo que, conversando direitinho, os votos aparecerão do lado deles.

Outro detalhe: derrota forte para os sindicatos no tema Previdência. Essa sim é uma boa proxy para o conteúdo da PEC 06.

Por fim: Das 4 medidas que compõem o arcabouço reformista da Previdência (PEC 06, MP Fraudes, PL militares e PL Devedores Contumazes), o governo tem seu primeiro grande êxito.

JF | BGC


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