Flash News – Inflação, Crescimento e Guerra Comercial.
O IPCA de abril ficou abaixo das
expectativas. O qualitativo do indicador segue mostrando um cenário de inflação
baixa e controlada, sem sinais aparentes ou concretos de pressões altistas. Já
se observa alguma ascensão dos núcleos, mas o movimento ainda é bastante tímido
e vindo de um patamar excessivamente baixo e muito distante da meta de
inflação.
Após a reunião do Copom, que o mercado
leu como mais dovish, o número de
hoje – aliado aos dados de atividade econômica ainda frágeis – estão dando ímpeto
ao movimento de fechamento da curva de juros local.
Eu não gosto do risco/retorno da parte
curta da curva local de juros. Dado minha visão mais construtiva para a Reforma
da Previdência, gosto da parte um pouco mais longa da curva de juros reais
(NTN-B). Entendo, contudo, que em um mundo em desaceleração e sem inflação, é
natural que a curva local siga pressionada (taxas mais baixas) e o mercado
continue “apostando” em quedas adicionais da Taxa Selic. Este não é meu cenário
base, mas entendo a leitura do mercado e compreendo que a dinâmica possa
continuar assim por algum tempo.
Nesta linha, o Core CPI dos EUA
apresentou alta de apenas 0,1% MoM e 2,1% YoY (o número foi arredondado para
cima). A inflação nos EUA – e no mundo como um todo – continua extremamente
baixa.
Continuo acreditando que os
desdobramentos da Guerra Comercial entre China e EUA ditará a tendência de
curto-prazo. Mantenho minha visão de que o debate principal que temos que focar
para o médio-prazo gira em torno da fase do ciclo econômico que estamos
(acredito que na parte final do ciclo) e como isso irá impactar as classes de
ativos.
O mundo continua a mostrar fragilidade
e baixa inflação. Os bancos centrais das principais economias do mundo parecem
ter poderes limitados – com grande diferenças, obviamente, do tamanho e poder
dos instrumentos.
Por ora, o mercado ainda coloca grande
esperança em uma estabilização econômica global e no poder dos bancos centrais.
Precisamos entender exatamente este poder no atual estágio do ciclo e diante da
possibilidade de uma Guerra Comercial mais longa que venha afetar o crescimento
mundial de maneira mais estrutural.
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