Weekend News – Foco continua na Guerra Comercial.
O final
de semana foi de trocas intensivas de provocações entre os EUA e China.
Acho
importante diferenciar entre o cenário de médio e longo-prazo, do cenário de curto-prazo.
Nos próximos dias, talvez nas próximas semanas (e até meses) os desdobramentos
da Guerra Comercial entre os EUA e a China devem dominar a dinâmica dos mercados.
Eventualmente,
quanto mais tempo durar esta batalha, maiores os efeitos econômicos e estruturais
para o cenário de médio e longo-prazo. Há um caminho para um acordo
relativamente rápido e que gere poucos efeitos econômicos concretos e
permanentes, mas este evento – na minha visão – começa em um pano de fundo em
que o crescimento global ainda se mostra frágil e em um estágio do ciclo
econômico, na minha opinião, já avançado, em que qualquer choque exógeno pode
precipitar cenários mais negativos.
Os
ativos de risco apresentaram recuperação na tarde de sexta-feira, após alguns
membros do governo dos EUA e da China darem um tom conciliador as reuniões entre
os dois países no final da semana passada.
Contudo,
segundo artigos da mídia americana (WSJ, FT e Bloomberg) houve um acordo apenas
para os países administrarem expectativas, mas não ocorreu nenhum avanço
concreto nas negociações.
Os EUA
anunciaram a elevação de 10% para 25% em US$200bi de exportações. Além disso,
sinalizaram que Trump já aprovou os preparativos para que todas as importações
da China sejam tarifadas. Essa notícia ocorreu após o fechamento dos mercados
na sexta-feira.
Neste
domingo, alguns periódicos chineses estão reforçando a postura de soberania da
China sobre seu país, sua cultura e sua legislação, em uma espécie de resposta
as demandas dos EUA.
Acredito que estamos longe de um acordo.
Acredito que, eventualmente, um acordo deverá ocorrer e a racionalidade será
mantida. Contudo, me parece que a situação dos mercados globais e/ou da
economia mundial precisará piorar antes deste compromisso entre os dois países.
Precisaremos nos preparar para um período de maior volatilidade, incerteza e
eventual pressão negativa nos ativos de risco. Em posts anteriores já escrevi
como se posicionar para este ambiente (como aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/05/daily-news-eua-vs-china-sem-acordo-por.html).
As
tarifas devem afetar o crescimento dos EUA e do mundo, além de elevar a
inflação nos EUA, colocando o Fed em situação delicada. O tamanho deste impacto
será proporcional ao tempo que perdurar este cenário.
Fonte: Goldman Sachs
O
Brasil continua a mercê desta onda internacional. No campo político, há sinais
de melhora na relação do Congresso e do Governo, mas ainda precisamos ver
avanços concretos na agenda de reformas.
No
campo econômico, o crescimento baixo é um ponto de atenção.
Comentários
Postar um comentário