Trump/Cohen, Índia/Paquistão e Política Local.
Os
ativos de risco, ontem, abriram sob leve pressão, ameaçaram uma recuperação ao
longo do dia, mas acabaram fechando em tom um pouco mais negativo. Destaque para
o movimento de dólar fraco, especialmente contra G10, que se estende essa
manhã. Hoje cedo, neste momento, vemos novamente sinais de fragilidade no humor
global a risco. Acredito que o mercado possa ter “cansado” um pouco após a recuperação
rápida e acentuada deste início de ano, e podemos conviver com alguma acomodação/realização
de curto-prazo.
Ainda
ontem, os dados econômicos divulgados nos EUA foram mistos. Observamos uma
forte queda no setor imobiliário, porém uma recuperação da confiança do consumidor.
Os sinais da economia americana mostram um crescimento ainda saudável, porém
com alguma acomodação. Dentre as regiões do mundo, é que ainda demonstra mais
robustez.
O que parece
estar chamando mais a atenção desde ontem será o depoimento de Michael Cohen,
ex-advogado de Trump e acusado de corrupção. Segundo a mídia, ele irá confirmar
que Trump e suas organizações possam ter cometidos crimes ao longo da campanha
eleitoral. Este pano de fundo pode estar ajudando ao movimento de dólar fraco e
leve pressão nas bolsas (vide aqui: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-02-27/cohen-to-tell-house-panel-that-trump-knew-of-wikileaks-hack,
aqui https://www.wsj.com/articles/cohen-to-say-trump-knew-about-wikileaks-talks-engaged-in-criminal-conduct-while-in-office-11551249532?mod=hp_lead_pos1).
Em
outro desdobramento mais negativo, o Paquistão derrubou 2 aviões da Índia e
capturou seus pilotos. A situação na região se torna tensa e com desdobramentos
até pouco tempo atrás inesperados.
No
Brasil, destaque absoluto para a articulação da Reforma da Previdência.
Bolsonaro esteve ontem a noite com lideres de bancada. A reunião serviu para
acalmar os ânimos e sinalizar disposição de diálogo. Segundo fontes, contudo,
ainda há muita reclamação da maneira de fazer política deste governo.
Estive
ontem no CEO Conferece promovido pelo BTG Pactual. As sinalizações que foram
dadas por Rodrigo Maia, Joyce Hasselmann, Kim Kataguiri e Marcel Van Harten são
nesta mesma direção. Há disposição política para avançar em temas espinhosos,
mas o governo parece estar em uma curva de aprendizado. A velocidade de implementação
talvez seja muito diferente da demanda do mercado e da sociedade, mas não que não
será efetuada.
Alguns
pontos claros da reforma da previdência apresentada precisarão ser alterados,
como é o caso da aposentadoria rural, BPC e alguns outros pontos. Parece haver
forte resistência em algumas questões, mas sem que altere a estrutura base do
texto. A meu ver, a proposta já veio com “gordura” suficiente para que este
tipo de negociação seja feito. Os jornais de hoje já caminham nessa direção: https://www.valor.com.br/politica/6139729/governo-comeca-ceder-na-previdencia.
Já
Joaquim Levy, do BNDES, mostrou um novo Banco, mais voltado para a micro e
pequena empresa. Falou que pretende alterar a composição do balanço do BNDES, eventualmente
se desfazendo de participações em empresas que trazem volatilidade ao balanço
(Petro, Vale, JBS e afins) mas não deixando de focar em setores fundamentais
para a estrutura do país.
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