Brasil: Cenário político volta ao radar.
No
final de semana o Brasil presenciou as eleições para presidente da Câmara
Federal e para o Senado Federal. No primeiro, com relativa facilidade e dentro
do esperado, Rodrigo Maia foi eleito presidente da Câmara.
No Senado,
com bastante desavenças e em um enredo de seriado da Netflix, Davi Alcolumbre,
um senador em primeiro mandato, representante do Amapá, do DEM, superou Renan
Calheiros e acabou eleito pela Casa. A Vitória de Davi é uma vitória de Onyx
Lorenzoni, Ministro da Casa Civil e, consequentemente, uma vitória do governo.
Acredito que o mercado irá
gostar do resultado de ambas as eleições, pois alinha o Congresso a agenda de
reformas econômicas.
Isso
não significa que o caminho será fácil, mas talvez mais fácil do que seria caso
o resultado fosse outro. A classe política irá cobrar seu preço para as
reformas, o que é normal dentro de um processo democrático e republicano, em um
ambiente político.
Renan
Calheiros sai derrotado. Ele pode se tornar um adversário do governo, mas está
enfraquecido após esta derrota e, sozinho, sem a presidência da Casa, parece
apresentar poucos instrumentos para deixar de ser apenas um adversário, o que é
normal na cena política, para se tornar um obstáculo a agenda de reformas. De
qualquer maneira, não podemos minimizar o poder político de um dos Senadores
mais antigos da República e com entrada nas mais diversas esferas de Brasília.
É um vetor para acompanharmos, mas que ainda não demanda uma preocupação maior.
Segundo
a mídia, Bolsonaro apresentou um quadro de piora em sua recuperação no final de
semana, o que pode deixa-lo no hospital por mais alguns dias (ou algumas
semanas, já que se fala em 15 dias adicionais). Ainda não parece ser o caso de preocupação,
mas complicações médicas seriam um dos “cisnes negros” que estão fora do radar
do mercado neste momento.
Nos
EUA, na sexta-feira, os dados do mercado de trabalho confirmaram um cenário de solidez
do emprego e pressões de custos de trabalho. O mercado ainda está “embriagado”
com a pausa do Fed e os estímulos na China, mas um ambiente de mercado de
trabalho sólido, aumento de custos de produção, sem poder de repasse para o
consumidor final, já que a inflação não mostra sinais de aceleração, em um pano
de fundo de desaceleração global do crescimento, me parece uma mistura bastante
negativa para os lucros corporativos e os preços das ações nos EUA.
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