Fundos de Crédito Privado – Análise Qualitativa.
Assim
como na Classe de Fundos Multimercados Macro, os fundos de Crédito Privado apresentaram
crescimento exponencial nos últimos anos. A classe apresentou captação expressiva
e ganhou uma importância maior no portfólio dos clientes.
É interessante
notar que esses fundos tiveram anos bastante desafiadores, especialmente entre
2012 e 2015, com uma espécie de crise de crédito no país e uma onda de “eventos
de crédito” que levaram a diversas marcações a mercados, reperfilamento de
dívida, algumas fraudes e alguns “defaults”, ou não pagamento.
Vale
ressaltar que o avanço da Operação Lava Jato ajudou este movimento, mas não foi
o único vetor explicativo para este problema. A situação econômica do país à época,
no auge da crise política e econômica, proporcionou um cenário de recessão e
inflação elevada, que costuma ser uma combinação mortal para o setor
corporativo e para a capacidade de geração de caixa e, consequentemente, de
pagamento para empresas mais alavancadas.
Neste
período, vimos abertura dos spreads de crédito e um movimento de abertura de
taxas de juros, o que costuma afetar, na média, o desempenho dos fundos de
crédito duplamente, pela piora no “risco de crédito” (com os spreads abrindo) e
pela piora no “risco de mercado” (com as taxas de juros abrindo).
Com
o evento do impeachment, com o mercado em níveis de preço mais atrativos e a
posição técnica mais saudável, os anos de 2016, 2017 e 2018 foram marcados pelo
movimento inverso a este descrito acima. Foram anos de melhora no ambiente
econômico e, consequentemente, no fechamento dos spreads e das taxas de juros,
o que acabou favorecendo o desempenho desses fundos. Foi neste período que a
classe voltou ao radar dos investidores e passou a atrair recursos e atenção.
Em
2018, em especial, com a Taxa Selic média abaixo de 7%, os fundos classificados
como High Grade, ou de baixo risco de crédito, passaram a encontrar um desafio
adicional. Aqueles com taxas de administração muito elevadas, em um pano de
fundo de spreads mais fechados e juros mais baixos, começaram a apresentar
dificuldades em apresentar retornos consistentes acima do CDI apenas com o
carrego de suas posições. Em 2018, ainda se favorecem de fechamento de spreads
e taxas de juros. A partir de 2019, terão um desafio adicional para mostrarem
desempenho acima do CDI.
Olhando
a diante, vemos um governo que pretende reduzir a presença do Estado na
economia, reduzir a participação do BNDES e favorecer o mercado de capitais
como fonte geradora de recursos para a economia. Assim, acreditamos que o
mercado de crédito privado continuará ganhando espaço no mercado e no portfólio
dos clientes.
Na
atual conjuntura, estamos ampliando nossa análise de fundos High Yields, ou
aqueles com maior risco de crédito, capazes de gerar retornos consistentes bastante
acima do CDI, apenas com risco de crédito. Ainda vemos espaço para o bom
desempenho de alguns fundos High Grades, mas entendemos que está será uma
classe que precisará ser analisada mais no detalhe e que está perdendo
atratividade no curto-prazo, de maneira cíclica, sem alterar a visão estrutural
de ainda ser importante em qualquer portfólio de longo-prazo.
Em
relação a classe High Yield, entendemos que os fundos dessa classe precisam ter
um histórico longo para comprovar a capacidade de gestão e geração de alpha
(geração de retorno) do gestor e sua equipe, sem apresentar problemas
recorrentes.
É natural
que estes fundos apresentem marcações a mercado e alguma volatilidade maior que
os fundos High Grades. Eventos de crédito nesta classe serão mais recorrentes e
naturais. Por isso que a escolha dos melhores gestores, e um entendimento mais
amplo deste mercado e de seus fundamentos, é ainda mais importante.
Aguardem
nossa análise quantitativa sobre está classe em breve.
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