Brasil: Realização de lucros. Itália volta ao radar.
O dia foi de
forte pressão nos ativos locais. O movimento está em linha com o que eu
sinalizei nos últimos dias (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/02/brasil-debate-da-reforma-da-previdencia.html):
No Brasil, Rodrigo Maia indicou que o
processo de aprovação da Reforma da Previdência pode começar da estaca zero.
Se a indicação de Maia for colocada em
prática, o processo de aprovação será mais longo, criando margem para debate,
ruídos e incerteza, mesmo que o destino final seja a sua aprovação. Parece que
podemos passar por alguma acomodação dos ativos locais e ficarmos mais
susceptíveis ao humor externo. Não mudo meu otimismo em relação ao país e
seus ativos, mas uma administração de tamanhos e instrumentos é necessária.
Em linhas gerais,
os investidores locais alocaram risco em ativos do país (bolsa, juros longos e
câmbio) na expectativa de uma aprovação rápida da agenda de reformas. O
investidor externo não acompanhou este movimento. A posição técnica ficou pior,
assim como os níveis de preço e valuation.
Além disso, o ambiente global mais positivo ajudou a acentuar este movimento.
Agora, com a
perspectiva de um longo caminho para a aprovação das reformas, o mercado parece
fazer um movimento natural de realização de lucros.
Não vejo mudança
no cenário estrutural mais positivo para o país, mas por diversas vezes alertei
que o caminho não seria linear e a administração do portfólio em termos de
tamanho, instrumentos e proteções era necessária.
Os problemas
enfrentados pela Vale também ajudaram a dar um humor mais negativo para a bolsa
local.
Mantenho uma
visão externa mais negativa.
Vimos hoje mais
dados econômicos preocupantes na Alemanha e sinais de desconforto nas
perspectivas econômicas na Itália, mesmo que o país tenha feito uma venda
sindicalizada de dívida hoje com certo sucesso (geralmente essas operações
costumam marcar pontos de inflexão para os países, coincidência ou não).
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