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Brasil/PIB – Crescimento de 1,2% YoY e 0,4% QoQ. Dentro das expectativas do mercado. A abertura do indicador, contudo, mostra um quadro qualitativo um pouco mais negativo. A grande verdade, contudo, é que este número “olha no retrovisor” do cenário. As perspectivas de crescimento pioraram bastante nas últimas semanas, com dados de atividade econômica mais contemporâneos mostrando desaceleração do crescimento e, agora, com a greve que atingiu o país, e a incerteza política neste estágio do ciclo eleitoral, se colocando como grande restrição a uma melhor mais substancial de crescimento. As expectativas de PIB para este ano devem migrar, aos poucos, para um patamar abaixo de 2%.

Brasil/Fiscal -  O superávit primário ficou em R$2,9bi em abril, muito abaixo das expectativas de R$7,1bi. O Brasil vinha sendo favorecido por uma recuperação cíclica da economia, que estava ajudando a recuperação (também cíclica) da arrecadação. A arrecadação mostrava elasticidade ainda maior ao que o crescimento. A greve dos caminhoneiros levou o governo a adotar medidas com impacto fiscal. Ainda é incerto o quanto deste impacto conseguirá ser recompensado por medidas aprovadas pelo Congresso (como a re-oneração da folha de pagamentos).

Assim, estamos diante de uma piora clara e evidente das perspectivas de crescimento, a situação fiscal deverá ser impactada e existe uma enorme incerteza de qual será a real disposição e capacidade do próximo governo, que será eleito em outubro, em fazer os ajustes e as reformas necessárias à economia.

Os ativos locais estão reagindo de acordo, com o movimento mais evidente nos últimos dias ficando por conta da forte abertura de taxa de juros e steepening da curva. A despeito da melhora na posição técnica e nos preços/valuations, o mercado ainda não parece totalmente preparado para este novo nível de volatilidade e para um ambiente que se mostra mais desafiador para os ativos do pais. Neste momento, não vejo motivos para uma mudança definitiva de ambiente ou tendência dos ativos locais até as eleições, no mínimo.

Europa – A quarta-feira foi mais positiva para a região, com dados de inflação mais firmes na Alemanha e na Espanha, além de números de vendas no varejo mais fortes e mercado de trabalho ainda robusto na Alemanha.

Esses dados estão ajudando a dar algum suporte ao humor global a risco, assim como sustentação ao EUR. Os fluxos de final de mês também podem estar afetando o mercado.

Itália – A situação política do país continua incerta. Na margem, surgiu a possibilidade, novamente, da formação de um governo com os mesmos partidos radicais que promoveram a primeira tentativa frustrada. O mercado, neste momento, está olhando esta tentativa como “menos negativa” do que novas eleições. De maneira geral, contudo, os mesmos riscos existentes ontem estão presentes hoje. A diferença é que o mercado ajustou preços e posições para este quadro de maior incerteza.

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