Risk-On!


Os ativos de risco apresentaram ontem um dia de “risk-on”, movimento que está tendo seguimento esssa manhã. O destaque fica por conta para a compreesão dos prêmios dos ativos dos países emergentes\Brasil, que foram um dos mais afetados e pressionados nas últimas semanas. A dinâmia do mercado esta em linha com o roteiro que tracei no final da semana passada e começo desta semana (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/05/vejo-espaco-para-uma-recuperacao-dos.html).
Eu vejo espaço para este movimento de compressão de prêmios continuar no curto-prazo, baseado em um cenário de crescimento global ainda suadável, melhora na posição técnica, preços\valuations mais atrativos e uma atuação mais assertiva e correta por parte dos policy makers.
A longo-prazo, contudo, eu vejo o estágio do ciclo econômico nos EUA como já avançado, o que irá gerar restrições à melhoras mais estruturais, acentuadas e permanentes esses ativos. Assim, minha visão mais construtiva é tática\cíclica, mas não deixa de vislumbrar uma recuperação que pode ser relevantes dessas classes de ativos. Continuarei adotado postura mais flexível e agil ao longo do ano, pois vejo um mercado com volatilidade e inertezas maiores.
Essa manhã a China anuncio que irá baixar as tarifas e importação de carros para 15%, em um movimento que mostra comprometimento com as negociações promovidas no final de semana, reduzindo ainda mais os riscos de uma batalha comercial mai ampla. Este tipo de medida\postura deverá ajudar o humor global a risco, à medida que eleva as perspectivas do comércio global e, consequentemente, do crescimento mundial.
No Brasil, o destaque negativo fica por conta da tentativa de intervençõ do governo na política de preços da Petrobrás, em um ambiente de escalada rápida e acentuada do preço do petróleo e dos combustíveis. Ainda precisamos entender quais medidas serão tomadas, mas qualquer iterferência concreta será mau recebida pelo mercado. Devido ao cenário externo, na margem, mais construtivo, a interferênia deverá ficar concentrada no preço das ações da Petrobrás. Medidas mais agressivas podem trazer de volta a tona o questionamento em torno da quadro econômico do país, levando a uma dinâmica pior dos ativos locais (steepening da curva de juros, alta do dólar e etc).
Hoje a agenda terá as Notas do Copom. Espero que o Comitê reforce a mensagem de que a Taxa Selic ficará mais baixa no horiznte relevante de tempo, já que a inflação corrente e prospectiva, além das expectativas de inflação, continuam ancoradas. O hiato do produto continua muito aberto, o que permite um crescimento sem pressões altistas na inflação. Além disso, a recuperação do crescimento e do emprego segue lenta e gradual.
Na Itália a formação de um governo mais populista continua deixando os ativos do país mais pressionados. O problema continua localizado e sem gerar contágio para o resto do mundo. Ainda precisamos entender quais serão as reais chances desse governo implementar medidas econômicas deletérias ao país, mas sem dúvida é natural e esperado que o mercado peça mais prêmios para os ativos italianos de agora em diante.



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