Price-action, Emergentes & Brasil.
O dia foi bastante movimento e merece
alguns comentários.
Mercados
– Tanto no
Brasil, como no exterior, vimos movimentos de dólar forte e abertura de taxas
de juros. As bolsas, por sua vez, mostraram dinâmica mais favorável.
Na minha visão, os mercados
financeiros globais estão refletindo um cenário de diferenciação entre uma
economia americana com crescimento relativamente estável e saudável, pleno
emprego, hiato do produto fechado e acumulo de pressões inflacionárias.
Por outro lado, vemos dados
economicos mais fracos na Europa, China e nos países emergentes em geral. Este
pano de fundo acaba favorecendo o dólar em detrimento as demais moedas, além da
continuidade de abertura das taxas de juros nos EUA. A boa temporada de
resultados nos EUA, e o “behavior” do mercado em uma aparente fase final do
ciclo economico, acaba favorecendo o mercado de renda variável em detrimento
aos mercados de bonds, rates, crédito e afins. Este movimento acabam sendo
exacerbados por um posição técnica do mercado que não estava preparada para
este tipo de cenário e dinâmica dos ativos de risco.
De maneira geral, vejo que estes
movimento só serão revertidos, ou acomodados, caso os preços e a posição técnica
cheguem em um novo patamar de equilíbrio e\ou com alguma mudança no cenário
ocorra. É por isso que os dados de inflação nos EUA se mostram como
extremamente importantes amanhã e, principalmente, o Core CPI na quinta-feira nos EUA.
Emergentes
- Em
relação aos países emergentes, é bastante positivo as medidas recentes adotadas
na Argentina. Além da alta nas taxas
de juros, no reforço do comprometimento em relação ao ajuste fiscal e econômico,
o país anunciou negociações com o FMI para um programa de suporte\apoio. Na
maior parte das vezes, os mercados encontram o equilibrio após movimentos
bruscos dos ativos que são seguidos por uma postura mais agressiva e assertiva
por parte dos policy makers. Me
parece que estamos mais próximos a uma acomodação e\ou reversão do movimeto do
que há alguns dias atrás.
Brasil –
Os ativos
locais estão seguindo basicamente o humor global a risco já discutido
anteriormente. Destaque para o movimento do mercado de começar a questionar a
eventual próxima queda de 25bps na Taxa Selic. Vimos forte movimento de alta
nas taxas mais curtas, com alguns sell-sides mudando sua expectativa para juros
estáves em 6,5% no próximo Copom, contra expectativas que beiravam os 85% de
chance de queda de 25bps até poucos dias atrás. Comentei sobre a possibilidade
de um movimento nesta direção na semana passada.
O destaque do dia ficou por conta do
bom resultado trimestral da Petrobrás, que ajudou o bom movimento do Ibovespa,
e do anuncio de Joaquim Barbosa de que está se retirando da corrida
presidencial.
Li muitos comentários a respeito de
sua desistência ao longo do dia. Não estou preparado a emitir uma oponião
concreta a respeito de quem sairá favorecido desta decisão. Acerdito que o
panoram eleitoral está ganhando corpo e, nos próximos 2 meses, poderemos ter um
quadro muito mais claro de quem serão os candidatos e quais as coalizões
estarão formadas.
Fico um pouco mais otimista do ponto de vista da
percepção do mercado, ou seja, de uma possível reação mais positiva ao cenário
eleitoral, com a possibilidade de uma candidatura de centro direita, com
caráter liberal e reformista, quanto menor forem o número de candidatos e a
maior aglutinação em torno de um único nome com este perfil. Alguns rumores
nessa linha forem difundidos na mídia nos últimos dias.
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