Update.



Brasil/Político – A situação da alta no preço dos combustíveis está gerando uma grande revolta popular, com problemas de abastecimento já sendo reportados pela mídia. A queda da CIDE pode não ser suficiente para amenizar o problema. Assim, o mercado começa a se questionar se a pressão para uma solução não irá recair, no final das contas, na Petrobrás. A ação da empresa apresentou forte queda nos últimos dias, desde que o assunto entrou no radar dos investidores.

Confesso que hoje não vejo solução econômica simples, que seja capaz de atender a população/sociedade, sem que afete o (correto) caminho traçado para a empresa do ponto de vista empresarial. Assim, é natural que o mercado continua a se questionar sobre o tema, pedindo mais prêmio de risco para carregar ações e papeis da dívida da empresa.

Brasil/Inflação – O IPCA-15 de maio apresentou alta de 0,14% MoM e 2,7% YoY, muito abaixo das expectativas. O qualitativo do indicador também foi positivo, com os núcleos e a difusão baixos. A inflação de serviços, mais aderente a política monetária, mostrou um quadro de inflação extremamente baixa.

O número de hoje apenas reforça a mensagem do BCB de que os juros devem ficar mais baixos por mais tempo. Contudo, o cenário externo e o câmbio precisam ser monitorados. Não vejo grandes assimetrias hoje, no atual cenário externo, com um ciclo eleitoral indefinido se aproximando, no mercado de juros, exceto por posições táticas e alguns poucos plays de curva.

Turquia – Após gerar grande volatilidade ao longo da noite e durante toda a manhã, o país anunciou uma alta inesperada de 300bps nas taxas de juros, como o Governo voltando a adotar um discurso mais ortodoxo. A depreciação superior a 4% na Lira (TRY) se transformou em uma apreciação de 2,4% neste momento.

Este é mais um caso de busca por racionalidade e ancoragem por parte de uma autoridade monetária emergente. Parece que estamos longe de uma solução para os desafios que esses países têm pela frente, mas passos importantes, assertivos e corretos estão sendo tomados nessas economias.

Europa/Crescimento – O PMI da Europa apresentou mais um mês de queda, puxado por Alemanha e França. A fraqueza da economia da Europa, aliada aos riscos políticos na Itália voltaram a pressionar o EUR e colocar em dúvida o cenário de recuperação coordenada da economia global.

Ainda vejo a economia da Europa crescendo a taxas relativamente saudáveis, a despeito de mais baixas do que na virada do ano e do patamar que se imaginava. Ainda trabalho com um cenário de crescimento saudável da economia mundial, com flutuações em torno da tendência.

EUA – O Markit PMI do país apresentou alta em maio, confirmando o bom momento da economia deixando ainda mais aparente as diferenças econômicas entre os EUA e o resto do mundo.

As Minutas do FOMC mostraram um cenário de crescimento robusto e saudável, aperto do mercado de trabalho e acumulo de pressões inflacionárias. Contudo, como já virou praxe nesses documentos, existe um grande debate em torno de como se dará o processo de normalização monetária de agora em diante.

Acredito que o Fed será reativo aos dados econômicos. Hoje parece justo acreditar em mais 2 a 3 altas de 25bps nas taxas de juros este ano, mas os dados de inflação serão fundamentais para moldarmos este processo. Entendo que as Minutas possam gerar volatilidade e incerta no curto-prazo,  mas estou mais preocupado e focado nos dados econômicos para a manutenção de uma das principais teses de investimento do portfólio, leia-se, taxas de juros estruturalmente mais elevadas nos EUA.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juros Brasil

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante – Parte II

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante?