Humor mais positivo. Fragilidade permanece.
Os ativos de risco tiveram um
quinta-feira de deterioração generalizada, em um movimento clássico de “risk-off”.
O movimento foi puxado pela deterioração da situação política e financeira na Itália. Esta manhã, neste momento,
estamos observando uma recuperação, ainda tímida, dos ativos de risco, com
movimentos generalizados de “risk-on”. Ainda vejo os movimentos, por ora, como
tímidos, e os sinais de fragilidade continuam.
No Brasil, mesmo com a atuação do
Tesouro no mercado de títulos públicos, vimos uma forte abertura de taxa de
juros, com movimentos de steepening da curva, o dólar subiu e o Ibovespa
apresentou alta, mas quase que majoritariamente puxado pela Petrobrás. O
presidente da empresa promoveu conference call com analistas, afirmou que
contina no cargo, mas os jornais de hoje mostram que Temer já estuda mudanças
na política de preços da empresa. Tendo a acreditar que este tipo de notícia
não será bem recebida pelo mercado.
Continuo com viés mais cauteloso. Entendo
que os ativos locais tenham piorado exageradamente nos últimos dias, porém em
linha com a piora do cenário econômico e político. Movimentos de acomodação, ou
aé mesmo recuperação (“relief rally”), podem ser observados nos próximos dias
(posição técnica e preços mais atrativos), mas não vejo uma alteração clara de tendência
para os ativos locais enquanto não houver uma clareza maior em relação as
eleições e eventuais reformas econômicas.
Nos EUA, o Governo Trump reforçou sua
postura de que irá seguir com as tarifas de importação sobre a China. A
economia continua mostrando crescimento relativamente estável, hiato do produto
fechado e acumulo de pressões inflacionárias. Com este pano de fundo, continuo
vendo restrições para tendências mais prolongadas de “risk-on”. Ainda vejo um
cenário de volatilidade, porém sem tendências claras definidas.
A situação da Itália segue delicada e
incerta. Na Espanha, os problemas são menores e mais administráveis, mas o
risco de contágio na Europa aumentou bastante nos últimos dias.
Na China, a despeito de um
crescimento relativamente estável, crescem os números de “eventos de crédito”
no mercado local de dívida. Por ora, estes “eventos” são vistos como saudáveis,
em um longo e bem administrado processo de desalavancagem da economia. O risco,
contudo, fica por conta de uma eventual escalada neste tema que não consiga ser
administrada de maneira gradual pelo Governo e pelo PboC.
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