EM: Pressionados, até quando?


Os ativos de risco estão abrindo o dia em tom mais estável. Ontem foi mais um dia de forte pressão nos mercados emergentes, a despeito da relativa tranquilidade dos mercados desenvolvidos.
Muitos estão me questionando quando que iremos observar uma estabilização deste humor global em torno dos mercados emergentes e do Brasil. Acredito que alguns dos seguintes vetores precisa ser observados. (1) Estabilização dos juros nos EUA. Precisamos ver as taxas de juros pararam de subir, e ter alguma convicção que o um novo patamar foi encontrado. (2) níveis de preços e valuations (ainda) mais atrativos precisam ser atingidos. (3) a posição técnica precisa se tornar mais saudável. O mercado ficou em torno de 2 anos comprando ativos emergentes, não será em apenas 1 ou 2 meses que o ajuste será totalmente efetuado.
Além desses vetores, teremos que superar problemas locais e indiossicráticos, como eleições no Brasil e no México, além de um ambiente econômico desafiador na Turquia e Argentina. Finalmente, o aparente estágio avançado do ciclo econômico nos EUA se mostra como uma grane barreira, ou restrição, a movimentos mais prolongados de recuperação.
Os ativos no Brasil ontem apresentaram reação clássica a decisão do Copom, com “bear flattening” da curva de juros, over-performance do BRL em relação a seus pares, porém forte queda da bolsa. Confesso que a despeito da direção dos mercados terem sido em linha com as minhas expectativas (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/05/brasil-copom-adotada-estrategia-correta.html) fiquem um pouco surpreso com o tamanho dos movimentos de depreciação no câmbio e na bolsa.
A agenda do dia será esvaziada. Nos últimos dias, nossos portfólios se tornaram ainda mais defensivos. Por ora, abandonamos nossa tese de investimentos de juros mais baixos por mais tempo no Brasil. Não temos hoje nenhuma posição relevante em juros no Brasil. Acreditamos que os juros devem ficar mais baixos por mais tempo, mas isso deverá ser expresso através de posições na curva, e não posições direcionais. Antes de alocar posição neste tema, contudo, gostaria de observar alguma estabilização do mercado. Estamos apenas como pequena posição em bolsa Brasil, através de uma carteira de ações cujo os preços não nos parecem refletir a melhora de fundamentos apresentada nos resultados recém divulgados. A disciplina do stop, contudo, será respeitada caso necessário. Seguimos tomados em juros nos EUA como principal posição do fundo, complementado com pequenas posições, via opção, e com visão de hedge, vendidos em S&P e em AUD.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Juros Brasil

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante – Parte II

Daily News – Brasil: Para o Alto e Avante?