Fed, Swap Cambial e baixa inflação na Europa.


Os ativos de risco estão abrindo a quarta-feira em tom mais positivo. Na tarde de ontem, o Fed anunciou sua decisão de política monetária, em que manteve a taxa de juros inalterada, como era amplamente esperado. O FOMC, contudo, promoveu uma pequena alteração em seu comunicado, para sinalizar que a inflação está mais perto de sua meta “simétrica” de inflação de 2%.
Esta mensagem foi lida como um sinal de conforto por parte do Comitê que, caso a inflação suba acima de 2%, porém não muito acima, isso não implicaria em uma mudança de postura por parte do FOMC. Assim, se mantém o cenário de cerca de 3 a 4 altas de 25bps nas taxas de juros nos EUA nos próximos anos. Apenas uma mudança drástica de cenário levará o Fed a alterar sua rota de normalização monetária.
Na minha visão, a decisão de ontem em nada altera o cenário base e os cenários de “risco” alternativos. Entendo que a decisão retira algum risco de cauda do curto-prazo, o que pode dar algum alívio pontual a um mercado excessivamente cauteloso nos últimos dias, mas ainda vejo o cenário econômico como ditando o ritmo dos ativos de  risco.
Nessa frente, o ADP Employment apresentou alta em torno de 200 mil vagas de trabalho em abril, confirmando o bom momento da economia e do mercado de trabalho. Todas as atenções estarão voltadas para o Payroll amanhã e, principalmente, para os dados de rendimentos e as eventuais pressões inflacionariam.
No início da noite de ontem, no Brasil, o BCB anunciou o começo da rolagem de swap cambiais. Se mantido o ritmo anunciado todos os dias até o final do mês, o BCB estará vendendo cerca de US$2,8bi ao mercado. Segundo a própria instituição, a medida visa suavizar o movimento de alta do dólar. A postura adotada pelo BCB mostra desconforto com o movimento do câmbio, colocando em debate a próxima queda de 25bps nas taxas e juros sinalizados para a próxima reunião do Copom. Neste ambiente, a dinâmica do mercado nos próximos dias será extremamente importante.
Na Europa, a inflação de abril apresentou uma inesperada desaceleração, com o CPI caindo a 1,2% YoY e o Core CPI para 0,7% YoY, A arrefecimento da inflação coloca a estratégia de normalização monetária do ECB em xeque e o EUR em situação ainda mais delicada caso os dados de emprego amanhã, nos EUA, mostrem um quadro de mercado de trabalho apertado e pressões inflacionárias.
Diante de todo o exposto acima, os dados de emprego amanha nos EUA ganham uma importância gigantesca para a dinâmica de quase todas as classes de ativos de risco para os próximos dias e semanas.

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